Não entendo tanta coisa. Porque essas coisas têm mania de se camuflar ? Por que é tão difícil de entender ? Quero saber o porque dessa tristeza profunda e apática, o porque dessa mania devassa e estúpida de afastar quem se importa, quem quer fazer valer a pena. Quero conversar sobre isso, especular, mas não dá. De que adianta eu falar e falar se ninguém entende ? De que adianta, se eu não sei como falar e os outros não sabem como ouvir ?
Tudo se torce e retorce e não há nada que eu possa fazer para que isso mude, não há nada, jamais houve... Já nem sei direito o que foi que me fez ficar assim, é tanta coisa que me assola se assomando, que não faço ideia de qual delas me faz pifar dessa maneira. Todas têm culpa, todas fizeram-me mal, mas não sei qual delas é a pior.
Queria mesmo poder dizer o que é isso, mas não consigo. É difícil... E quando tem alguém realmente disposto a saber é foda, tem vezes que eu acho um absurdo completo tudo o que me aflige e aí eu me fecho ainda mais. Não é nenhum pouco fácil, é enlouquecedor. Tudo isso e muito mais acontece comigo, logo comigo, que já não sou muito certa desde sempre. Logo comigo, que sou extremista.
Talvez seja por isso que eu prefiro me atrelar aos estranhos, eles não questionam nada, não perturbam, não ficam falando sem parar sua ladainha imunda nos meus ouvidos. Eles apenas não se importam e por isso não questionam nada. Mas talvez seja como me disseram, os estranhos questionam sim e na verdade só são de fato estranhos por algumas horas ou dias. Dane-se não tenho contatos constantes mesmo.
Quero sumir. Sumir de verdade, não pegar nada, nem escrever bilhete, apenas partir, já recebi até convite para isso. Não importa o lugar, desde que ninguém saiba, desde que ninguém vá me procurar. Mas aí tenho de voltar à realidade maldita de cada dia. É uma pena que fugir fique apenas na ideia, seria ótimo dar vida à ela.
Não sei, não sei... E quando a tristeza profunda não me consome, continuo confusa, mais confusa que antes. É ininteligível. Droga, me sinto tão... Tão burra, tão estúpida, impotente e débil... Não me acho digna de Amor e de bons tratos, nem de confiança e outras coisas boas. Não sei. Não me digo merecedora de nada, não sou santa, também não fiz por onde mesmo.
Estou escrevendo esse monte de merda nenhuma para que a porra de ninguém leia, de qualquer forma continuo escrevendo loucamente, para que minha mente cesse e me deixe letárgica, mesmo que por algumas horinhas.
Não tendo ninguém que me entenda apenas jogo-me de volta à solidão, para a crueldade de minha mente hiperativa. Adeus.