Chorei pitangas, contei carneiros, cantei MPB. Ouvi Caetano, Chico, Elis. Adorei outros mortais, alguns singulares. Ri pra não chorar. Chorei quando pude confortar-me a mim mesma. Inventei estórias e histórias, sofri por opção. Abracei-me à solidão. E com ela dancei. Vivi. Amei.
Sou um pouco disso, um pouco daquilo. Fui outras coisas, de algumas um pouco mais, de outras nem tanto. Me agarrei ao encanto, gritei aos prantos. Pesquisei palavras difíceis só pra rimar bonito, e sofistiquei arrogâncias. Calei pra não ficar só. Deixei pra falar quando o silêncio me pediu.
Já permiti-me apaixonar. E depois me tranquei em meu próprio infinito particular. Acho que perdi as chaves, sei lá. Labirintos de desilusões.
Hoje em dia, como cenoura, e continuo não tomando água com gás. Agora toco em margaridas, cheiro o perfume das hortências e despetalo rosas. Aos girassóis dou muito amor e carinho, e água, e luz do sol.
Antes eu pensava no agora, e agora guardo lembranças. Mas só as boas. As ruins, nessas eu dou descarga sempre que surgem boiando.