é como caminhar por um corredor escuro. e ninguém te toca — ou talvez toque, mas não fica. deixe ser, deixe ir.
a escuridão chega todos os dias, com a pretensão de se apossar de todos os espaços disponíveis ou não disponíveis. e continua viva uma força mística que labuta com afinco para manter as velas acesas. contudo, sinto dizer que mesmo essa magia se desfaz em meio à ventania. um sopro fugaz, um momento, quiçá um estalo e vemos o movimento sensual das cortinas se embrenhando umas nas outras.
pode ser triste, mas pode ser terrivelmente bom. sentir, não existem palavras para descrever, e sim outras sensações indecifráveis que nos afastam ou aproximam da coisa em si.
gostaria de conseguir me demonstrar com maior profundidade, não inventada, apenas a real... infelizmente, fazer emergir as profundezas de alguém não é como pegar um pirulito no pacote. mas juro, com toda a beleza que já vi e senti na vida, que crescem lírios em todas as cabeças.
menos nesta aqui, cujos lírios são raspados de tempos em tempos. talvez seja por isso que periodicamente assisto a mim mesma conjurando os mesmos versos de novo e de novo e de novo.
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