Sabe? À medida que o vento ultrapassa a locomotiva do tempo, perde-se o imperdível e vislumbra-se o nada, o vazio, o vácuo tocável. Segundo consta na memória, há algo não consumado nisso tudo.
— Nisso tudo?
— Tudo?
— É, tudo o quê?
— Tudo, nada. Não importa.
— Nada? É universal?
— Não sei ainda, para mim é tudo igual...
— Me abraça.
— Te abraço.
De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.
A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.
Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.
(Poética - Vinícius de Moraes)
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