"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato...

Ou toca, ou não toca." (Clarice Lispector)
"Eu me recuso a ser sócio de qualquer clube que me aceite como sócio." (Grouxo Marx)
"Repara bem no que não digo." (Leminski)
"Meu epitáfio será: Nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa" (Rita Lee)

I am not but I am

Minha foto
Rio de Janeiro, RJ, Brazil

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Someone?

Olá... Tem alguém aí?
Alguém está me ouvindo?
Responda-me.


Onde foi parar aquela sombra,
aquele pedaço de alguma coisa, indistinta porém discreta?
Foi-se embora embargada pelo vento
ou sumiu como o resto,
sem mais nem menos?


Diretamente aturdida por pessoas supérfluas e fúteis
Como evitar que palavras úteis, de valor puro e inestimável não sejam apenas um eco sem atenção?
Falar, falar e falar, para que se faça ouvir
e não para que não possa ser dito que ficara calado


Talvez não adiante de muita coisa
talvez o mundo esteja tão de pernas para o ar,
tão vazio e hipócrita, tão "do avesso"
Talvez nada mais mude... Talvez... Talvez tudo deva seguir apenas este curso de agora em diante
Talvez isso não seja de hoje, nem de ontem
mas de outros séculos
Então não há jeito...
Será?

Por que nada mais parece bom e sustentável?
Os dias são como uma prisão,
estamos presos a eles, não temos como escapar
é enlouquecedor e escuro
está pútrido e insolúvel

Como estar bem ao próximo amanhecer?
Para que ? Estamos ferrados, presos e encalhados
nesse mundo bizarro
nessa vida de merda
Como ter forças para continuar?
Vale a pena ?

Essas nuvens carregadas de pesos sofridos continuam a nos esconder
a nos empurrar para longe
e a nos distanciar cada vez mais uns dos outros

Someone?
Usar alguém... Apenas usar
como todos os outros
Seria má coisa?
Todos os outros o fazem, do que reclamariam?
Não, esqueça,
isso não é para quem é de verdade,
para quem sente de verdade as dores
dos sentimentos aparvalhados e comuns...
Clichês.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Fecha-me

  Talvez se abrir não seja a melhor maneira de sermos conhecidos por alguém que gostamos. Sem dúvida isso deve assustar, principalmente quando confidênciamos algo tremendamente anormal - e exacerbando -. É, com toda a certeza, essa não é uma boa maneira de se "mostrar" verdadeiramente, talvez a melhor maneira, ou menos pior - WTF -, seja deixar as coisas acontecerem por si mesmas. Enfim.
  A intimidade é uma merda, uma afastadora, uma devastadora de sonhos nítidos e de possibilidades amáveis.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Exterminadores-da-Vida

O Sol brilha para todos.
Muitos desses inglórios seres
não deveriam ter direito nenhum a isso
Muitos desses seres jamais sentiram remorso
jamais tiveram dó, piedade
muitos desses seres repugnantes e semelhantes a nós nunca pensaram no próximo

Quando tudo acabar, como será ?
Será o fim ? Ou será o fim do fim ?

Por que ninguém faz nada ?
De que nos adianta ter presidente ?
Pra que a Bomba-Atômica ? Para que criar algo que se auto intitula como Exterminador-da-Vida ?

É tudo uma covardia,
é insanidade pura
e todos vêem,
mas não têm valentia de se impôr
de levantar a voz
de urrar que há uma oposição

Até quando isso vai durar ?
De que adianta continuar respirando e andando por aí
como se houvesse um novo dia, como se houvesse um amanhã
se, na verdade, nada disso é certo ?
"TUDO é relativo"
exatamente isso.

Tudo muda sempre, a cada segundo
vivemos sob a impermanência das coisas
não é ruim,
é excitante, é inovador
Já que vivemos sob a impermanência das coisas,
para que inserir mais incerteza ?

Tudo muda sempre,
mas quando isso vai parar ?
Quando eles vão tomar vergonha na puta da cara ?
Quando a última árvore for derrubada para fazer mais papel, mais móveis ?
Já temos papéis e móveis aos montes,
para que mais ?

O brilho do Sol
e o frescor da Lua
não deveria privilegiar a todos
a maioria são seres,
não vivem, apenas estão aí
a minoria de nós
é que existe de verdade, é que vive
É a minoria que faz a diferença,
que não engole desavença

É essa minoria que levanta a voz
e vai a luta
que agarra a briga com unhas e dentes
e vai de cabeça erguida
Ainda seremos nós a fazer alguma coisa
de verdadeira importância
porque - no caso do Brasil -, o Lula está aí,
mas NÃO FAZ PORRA NENHUMA.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Borboletas



Friozinho gostoso na barriga
como borboletas a voar
Suspiros taciturnos
quase irreparáveis, não fosse pelo movimento dos lábios

Simultaneamente aprecio e falo.
Falo sem parar e ponho-me a pensar
Onde deveria eu estar ?
Com quem ?
Ao lado dela ?
Ou fugindo de qualquer coisa com indícios de paixão arrebatadora ?
Não, claro que não
fugir nada resolve
fugir só faria aproximar-me
mais e mais

Quero.
Quero muito
Intensamente
Será que é sempre assim que o Amor chega ?
De mansinho,
leve e indulgente
Ou avassaladoramente ?
Dominando quem o tem, quem o sente
sem deixar frestas para um mínimo de razão
sem deixar que haja ponderação

O Amor,
digno e verdadeiro
talvez seja algo que eu também procuro há tempos
O Amor,
este talvez queira me surpreender agora
Aceito de bom grado.

Admiro mais uma vez
a Lua tão grandiosa e apaixonante
admiro-a hoje e sempre
em busca de fatos engavetados
visando refletir, clarear os pensamentos confusos
falando a si,
que um dia talvez o Amor que procuramos esteja tão perto que nós nem nos daremos ao luxo de piscar-lhe
com receio de que este seja apenas mais um amor,
sem relevância, sem importância
amor frívolo, leviano
Que seja.

Dou-lhe um lírio.
Um.
Sinto tamanha alegria e entusiasmo
Nada pode abalar esse momento,
nada e nem ninguém.
Beijo-lhe a face branca e macia
sinto que é esta ela
Sinto que é será minha.

Ah, as borboletas
imagine se elas falassem...
já teriam me entregado

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Inopinada

A porta está trancada
e lá ela está
lá dentro
Sozinha e calada
Como sempre...

Não é uma moradia,
mas um coração, uma mente
Eu vi, eu senti
que assim o é.
Está trancada nela mesma
por ela mesma

O mais árduo é a interação,
mantê-la é trabalhoso
mas cada esforço é compensado
Ela é tão, tão linda por dentro quanto por fora
mesmo com suas curvas bem torneadas
mesmo com suas panturrilhas inomináveis
mesmo com seu queixo estupefaciente
Seria como a Lua,
linda, luminosa e inatingível ?

Mas seu olhar é tristonho
como d'uma criança.
Infere-me melancolia...

Tudo o que nela não se vê
é encatador e excitante
Pergunto-me por que
E como toda pergunta vaga
sei que não terei resposta alguma...

Será que limita-se a dias subversivos e noites esparsas ?
Tão quieta
Tão distante
Fatalmente intimidador.

Perco-me. Ainda.
Não existe maneira ou circunstância
de "versificá-la"
Contudo, de três coisas não há dúvida:
É encantadora,
irresistível
e voluptuosa.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Sábado de Sol.. ♪

Sol escaldante
sábado vibrante
mercado.
Mal-estar
calor
suor.
Macarrão duro
molho picante
refrigerante
quarto com ar refrescante.
Tevê
filme do mal
cama sem sal.
Calcinha cor de pele
shortinho preto
sol
sono
dormir
dormir
e dormir.
17:30
18:57
Conversas e mais conversas
8, 28, 28...
Números, pessoas, sei lá.
"O que você está fazendo ?"
"Rauuul" !
Queijo.
Colchão
fronha
travesseiro
e chão.
Limpa e limpa
"Eca, que nojo !"
Frio.
Gato estuprador de almofadas
nojo
calor
suor.
Música
Mcfly
Amy Lee
Fergie
Cine
gostosa
linda
bunda
"Passou"
"Droga !"
Tchau,
solidão.

domingo, 1 de novembro de 2009

tic-tac-tic-tac...

O tempo é importante ? Por isso não queremos perdê-lo...
Por que o tempo é imporante ? Não porque passa rápido, mas sim porque só temos uma vida num determinado corpo. Apenas uma.
Mas talvez o tempo não seja tão importante assim (...). Por que ? Hoje nós estamos aqui, estudando, conversando, sofrendo, tentando ter momentos de felicidade, reprimindo a nós mesmos, vivendo... Por isso (...) não queremos perder tempo com coisas supérfluas. O tempo passa tão rápido. Quando menos esperarmos já não teremos tempo algum, já estaremos velhos e acabados, no bagaço, depois vamos morrer e ninguém lembrará de nós. Mais tarde, ou mesmo ao mesmo tempo, haverá outras pessoas, semelhantes a nós e discutindo os mesmos assuntos, lutando pelas mesmas coisas, pelos mesmos direitos. Por que ? Por que, já que vão morrer e não serão mais lembrados, justamente como os anteriores, como nós ? Aliás, nós sequer fomos os pioneiros, fomos restos, assim como tantos outros. É um ciclo, acontece de novo, de novo, de novo e de novo, sempre e sempre. Não tem fim. Então pra que se preocupar TANTO com o tempo ?
O tempo é tempo, sempre foi, sempre será e ponto.
O tempo é tempo, e é contínuo. Nós jamais saberemos onde/quando começou, ou onde/quando terminará, ele está sempre correndo, sempre. Não saberemos também em qual quando o foi. Onde e quando. Quando, onde ? Qual quando ?
Droga. É tão relativo. Faz sentido e é triste...

Agora pra eu esquecer disso vou ouvir AQUELA música e lembrar DAQUELE lugar.

sábado, 31 de outubro de 2009

My fears

Eu tenho medo. Eu tenho.
Medo não do medo propriamente dito
Medo do pânico, medo do pavor.

Medo por medo é apenas medo,
medo fraco
Medo por pânico é enlouquecedor

Medo do ultrapassado
Medo de não me achar
Medo de não vê-la, de não tocá-la
Medo do que termina sem começar

Medo idiota, bobo e infantil.
Medo, na verdade, do compromisso
Medo infeliz e deprimente de ter que lidar com alguém
mais do que da conta, com calma, com carinho
Todo o tempo.

Medo de mim mesma, do meu eu
egocêntrico, rude, arrogante e péssimamente monstruoso.

Medo de sair da amargura
Medo de ser feliz ?

Maybe.

domingo, 25 de outubro de 2009

Falei

Será que somos todos iguais ?
Se o somos, por que tratamos aos nossos semelhantes com indiferença ?
Onde foram os seres humanos de comportamento íntegro ?
Onde estão os revolucionários ? Voltem.

Queria poder dizer que não importa... mas importa sim, importa muito
Na verdade,
desaprendi a lidar com seres humanos...
com seres desumanos já não lido mais

Lado a lado com quem quer algo novo, com quem se preocupa com as mudanças
Não se trata apenas de um indivíduo,
nunca se tratou

Justiça.
O que é ?
Como se faz ?
Pelo o que se faz ?
Justiça justa ? Justiça injusta.

Fugir da cidade grande
onde a violência é inesgotável
e os bons vivem trancafiados, fugindo dos maus
Fugir da cidade grande, não a aguento mais
não suporto mais essa falta de respeito, de consideração.
Chega de tanta gente imunda e desalmada.
Chega de toda essa palhaçada.

Fugir para uma cidade de interior e não mais olhar para trás
não mais voltar
nunca mais
nunca mais

Justiça injusta que nos ofusca
Justiça injusta como quem a usa

E se as coisas não são mais como nos anos 70 e 80 não se amedronte
é a vida,
seguir em frente, sempre
Não me confronte com opiniões ultrapassadas
menos ainda sem saber de nada.
Hoje não te trago mais nada
a não ser desgosto e raiva,
raiva incomum e despropositada

Não sou perfeita, nunca fui e nem quero ser.
Sou defeituosa e imoral
mas e daí ?
Faço da minha vida o que bem entender
afinal, "estou por minha conta e risco"
quando faço algo voam em cima
com qual motivo ?
Me ajudou no óbvio ? Não.

Justiça tão injusta como a vida
que nos dá e que nos tira
que nos traz e que nos leva

Ir-me-ei embora daqui,
ir-me-ei para lá,
para aquele lugar maravilhoso pelo qual sinto amor e saudade
para o qual, não sei porque, sempre esteve ligado a mim
Vou para lá, para onde ela também está
abraçarei-a e cheirarei seu cabelo
E então na nossa vida tudo será lindo e menos injusto
ao menos para nós.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Não Concordo.


Se eu sou ?
Se sou o que ? Quem ?
Eu...
Sou,
não sou,
sei lá.
Nem sei se ainda sou eu
não sei se a vida vale ser vivida
só sei que é demasiado sofrida


Não concordo com esse desamor
Não concordo com os hipócritas que infestam nossa sociedade
Não concordo com a fome, a miséria e a violência.


Não, nós em momento algum teremos total paz
mas lutaremos mesmo assim !
E de toda essa merda, de todo esse lixo que é a cidade onde moramos, de toda essa podridão que é o nosso país, faremos o verdadeiro inferno
poremos para fora toda a nossa fúria,
protestaremos até que não haja mais luz
até que não tenhamos mais pés para caminhar, ou voz para bradar


Não concordo com a suprema falta de afeto, de carinho e Amor
Aliás, tudo isso me leva a desacreditar no Amor
queria também, poder desacreditar no amor banal, no amor sem sal,
amor carnal

O que se vê é um monte de gente se prendendo a alguém que não está nem aí, por mais que já tenha dito alguma coisa bonitinha, ou que tenha demonstrado algo dizendo qualquer coisa para se desculpar, com medo de magoar, mas é só isso e nada mais, não tem depois
e nem além, essa gente é que fantasia a possibilidade e vive dela, como se fosse, n'algum ponto da vida se tornar realidade.


Não tampe suas orelhas,
Não feche seus olhos,
E crucialmente, não cale sua boca

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Loucura Racional


Rosas pretas
Girassóis laranjas
e Lírios azuis

Por que o mundo tem sabor de alcaçuz (...) ?

Por onde andam as elegantes mademoiselles com suas chiques luvas de película ?
Onde está a luxúria divina dos "tempos do cólera" ?
Mesmo sem honrarias ou pódio de chegada
canto e danço desvairada,
escrevo a ti e escrevo a mim amordaçada por opção própria
No caminho sem término que leva a destruição das intrigas alheias
Rogo-me perdão por tortuante depredação
findado o perdão, tiro minhas meias e jogo-as às alcoviteiras.
Olho teu olho
Beijo tua boca
Respiro teu cheiro
Suspiro a tua ausência
Apaixono-me por teu sotaque mineiro

Sonho desordeiro.
Fico às levas de sonhos acordados
olhos abertos, mente fechada
numa coisa só ligada

Cadê a chave ?
Dou a partida e corro até onde está

Doravante será diferente,
intrigas e fofocas para trás, não as carrego mais.
Para trás também deixo a cruz, caída aos pés de quem as quis carregar
má sorte, bom azar
deus lhe pague.

Choro minguado, não o prendo mais, não o tenho.
Tristeza solitária e repentina, não a quero mais.
Agonia diária. Tchau.
Adeus a toda desgraça perseguidora.
Nem o troco dou ao premiado do ano. Dizendo foda-se e seguindo em frente.

Não faz-se ideia do que de certo acontecerá
arrisco-me ainda assim,
por algo que o valha, por algo que talvez seja irritante
ao pé da letra
ao pé do ouvido

O orvalho destaca-se aos poucos
ouve-se sons roucos.

Amor, Amor, para poucos,
Amor, Amor, para loucos.

domingo, 18 de outubro de 2009

Sensações Transluzidas.

Tudo são cores
Tudo são flores
Flores frágeis e arrojadas, de pétalas desbotadas e deturpadas
de cores quentes ou frias,
manchadas de tinta ou apenas por si mesmas borradas


Um abraço apertado para cada sorriso inflamado
e por cada sorriso inflamado um enamorado fracassado.

Uma Lua aconchegante e eternamente brilhante,
deita com carinho os arroubos dos amores amantes e os embala, como uma mãe de "primeira viagem" embala seu filho,
põe para ninar também, os sonhos triunfantes,
outros estafantes e até ludibriantes

E é tudo tão frio e distante, nada é certo, nada está no lugar correto
Então inspiro fundo e jogo-me ao relento, sem medo e sem piedade de mim
jogo-me com tudo, sem olhar para o oco da podridão alheia
da sociedade imunda que nos bloqueia.
Não quero ver o oco sujo e intolerável,
quero ver o farto e invejável.

Mas aí já não está mais escuro,
É tudo bem mais claro e caloroso
não há nada úmido e tampouco frio.

Aquelas vozes irritantes estão distantes e caladas. Sumiram.
Agora, o que o coração sussura é tão real quanto os contatos físicos
tão desejável, tão palpável quanto. Tão bom.
E é confuso, mas adorável.

Novamente o céu abre-se num largo sorriso
fresco e vivo
Sorrio devolta e lembro daquela canção,
lembro-me daquele lugar maravilhoso
e de seu cheiro saudoso,
por conseguinte penso naquele nome que está preso a minha boca, aos meus sonhos
que se está agarrado as minhas palavras lascívas e também as dengosas
Mariana, minha teimosa

sábado, 17 de outubro de 2009

Daniela do Cravo

Todo o dia ela parava na janela
suspirava
Suspiros de pensamentos amorosos
Fantasiados


Nem o clima
ou a hora tardia
a tiravam da janela


Havia dois vasos,
Vasinho abóbora
Vasinho marrom,
Vaso de rosas amarelas
com cravos
Vaso de cáctus
sem espinhos


Nome que fura,
que espeta
Menina dos espinhos
afiados e tortinhos


Faz-me corar
ao passar pela janela,
Olha-me compenetradamente.
Oh, instigante garota da janela.


Oh, Daniela.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Machuca

"Não sei se me levo
ou se me acompanho"
É que agora,
justo agora,
sinto inimaginável vazio
Não dor
nem tristeza,
Apenas gigantesco vazio

No intuito de me ajudar
a menos vazia ficar,
De certo apenas aquelas poucas
e sofridas linhas bastaram.
Esmagadoras com seu peso opressor.

Os sintomas clássicos,
dos mais clichês:
dor flamejante e insuportável,
falta de ar,
incoerência, tormento, desespero,
tremedereira das mais desconfortáveis,
Meu coração diminuindo,
expremendo-se dentro de mim.
Sinto fortemente
seu gosto completamente salgado.
O choro.
Vem alarmante,
me faz querer um refúgio confiável,
onde haverá apenas
eu, meus pensamentos ordinários,
e por mais que eu não queira,
minha lastimável dor
e meu imenso e interminável Amor

Mas não há refúgio algum por perto,
Então, o mais rápido
e menos doloroso que pude
devolvi a ti
seus papéis rabiscados,
rabiscados rabiscos não muito abstratos,
estavam carregados de dor,
amores erráticos,
e pensamentos confusos em abundância
Não pude parar para pensar em nada,
nem mesmo em 1 + 1
ou no meu eu
ou no teu eu.

Fui-me embora o mais depressa impossível
No geral, chorar na frente
de outros rostos,
que não o meu,
não faz meu gosto.
O choro,
as tristes e angustiadas lágrimas
estavam à beira de meu precipício,
pondo seus pés direitos para a frente,
tomando impulso para se lançarem
para fora do abismo
no qual me tornei
após nosso abril sangrento

Respirar dói.
Queria não estar em lugar nenhum
Queria poder não existir,
não ter lido aquele "desabafo" no papel
não ter relembrado de coisas que ainda podem me ferir.

Acho que eu queria tanto
vê-la feliz,
com quem quer que fosse,
que não me dei conta
de que ao sentir-me
extremamente feliz
por você ter conseguido,
que meu eu
a perna em mim passou.
A felicidade na verdade
era a falta onipresente da tua ausência,
falta de você comigo.
A felicidade nada mais era
do que o auge do meu sofrimento.

Enterra-los-ei.
Hoje meus lírios secaram
morreram todos,
Meu jardim tornou-se
irreverente cemitério.
De luto estou.
Sepultem-m
e logo,
hoje eu realmente morri.

Mas não de dilacerante dor,
e sim de não consumado Amor.

domingo, 11 de outubro de 2009

ADêÍpsilon!

Tudo escuro, havia neblina
grunhidos e outros sons estranhos
Entrou alguém pela porta dos fundos
e com andar d'um felino, silêncioso e apressado, veio ao meu encontro
Eu parecia não estar esperando qualquer pessoa que fosse, sequer chuva.
Então ela tirou o sobretudo, sim, uma mulher... E jogou-o em cima de uma mesa de madeira com tampo roxo que estava por perto
e novamente, com seu andar silêncioso, foi para onde eu estava, deitada de bruços numa cama com castiçais altos, com suas supostas velas.
Todas acesas,

também havia incenso, de cedro, talvez
virei, olhei-a firmemente, de baixo para cima,
tão branca, aparentava delicadeza
Vermelho vivo era sua lingerie.

Senti algo subindo, tomou conta de mim,
era intenso.
Fixei meu olhar analisador nas feições de seu rosto
Fiquei paralisada, nada era coerente, nem mesmo o instinto
mais que predominante
Pensamentos fluíram juntos e nada pude entender.
Tentei respirar.
Senti-me tonta por um instante,

então, mais rápido do que podia imaginar,
a mulher misteriosa, branca e de compridos cabelos castanhos,
estava inclinando-se sobre mim
E eu queria aquilo mais que tudo,
não conseguia pensar em mais nada,
minha boca estava seca e o ar arranhava minha garganta.
Ela tinha a pele macia e quente,
deixei que me esmagasse com seu peso,
era meu desejo pronto para ser aplacado.
Ela, propositalmente, fazia movimentos lentos
Pôs sua mão em meu pescoço e afastou o cabelo que estava ali, por menores que fossem os fios
aproximou a boca,
Mordeu.
Chupou.
Lambeu.
Gemi roucamente.

Então, fora daquele mundo
tive a sensação de que conhecia aquela mulher.

E de volta àquele mundo,
ela punha a mão esquerda em minha coxa direita
escorregando-a maliciosamente
Estremeci e disse-lhe que não parasse por nada,
eu estava quase lá. Lá.
Ela sorriu e continuou,
dessa vez os movimentos não eram mais lentos,
mas eram muito bem feitos.

Não queria ter acordado.

sábado, 10 de outubro de 2009

Tormenta.

Infância infame
Cortes drásticos e irreparáveis.
Cortes de medidas variadas
e profundezas também, se assim quiser
Cortes de pele, cabelo ou lembranças.


Silêncio dilatado
moral inalcansada,
sexo sem amor
amor sem sexo

Sentir, se iludir,
ductilidade constante
Relação aspirante.
O que nos resta ?
O nós vemos ?
Buscamos ?
Ver invertido, usar colorido
testar por impasse
Onde está o azul ?
No fundo opaco nada há,
nada se pode ver
nem o verde, ou o amarelo limão
e nem tua imolação

Só retorce,
cara à tapa
dá-me porradas
Espanca minhas palavras confusas,
meus pensamentos contraditórios.

Escrever para que a voz vocífera se cale dentro de mim,
fique muda
e não jorre,
Como lavas d'um vulcão.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Deflagração

O Amor é uma dor
ele vem chegando de mansinho, te assusta
Com o tempo ele aquece
e dá esperanças
por algo bom, por algo produtivo
e pelo o que de fato valha a pena se pôr à risca (...)

Então você se alegra,
o abraça de corpo e alma,
a ele se entrega, indubitavelmente
e até o perpetua em seu âmago

O Amor é uma dor,
de repente ele te despedaça.
Você desmorona
e nada mais te estimula

sequer ao ato de sexo,
o Amor te retalha sem piedade ou pudor.










-Desculpe pelo uso de "você".

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Impulso

Te morderia o pescoço, tacaria na parede
te empurraria no chão

Arranharia-te a pele sem perdão

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Presente do Pretérito II

Tanta coisa para lhe falar
quebrar o silêncio
Desse amor,
severamente contundido pelo tempo,
pela traição

Tempo, tempo, tempo...
Tanto tempo.
Retóricamente,
está minha alma sofrendo

Jamais esquecerei,
jamais.
Tu me dissestes certa vez (...)
Tu, por mim certa vez sentistes (...).
Amor esfuziante.

Te dou uma flor
Meu amor em pétalas.
Pétalas disformes e coloridas
algumas acinzentadas,
amolecidas, murchas
pelo tempo de abandono,
pela dor tortuante.

Lábios ressecados,
nervosismo.
O coração que se acelera.
Sentimento abrasador,
e irreprimível.

A vejo em meus sonhos
Sua meiguice, seus olhos,
seu sorriso, jeito,
Seus lábios juntos aos meus.
Você por inteiro.
Tu és quem verdadeiramente amo.
Amo-te mais que a mim mesma,
calorosamente,
"Como água viva queimando a pele"

"... Escrevo tosco e sem ordem
É que agora sinto necessidade de palavras..."

Todavia, mais que qualquer outra coisa
sinto necessidade do teu amor
(que) por mim (sentes).

Ó peripécias estas que nos bombardeiam
Ó vida cruel,
Amor sem véu.

domingo, 27 de setembro de 2009

Desbloqueados


Só de pensar em quanto tempo eu passei bloqueando esses pensamentos, e no quão difícil foi, já me sinto exausta. Exaurida até a alma.
Antes, há um bocado de tempo, consegui fazer com que uma cortina nebulosa não me concedesse ter a impecável visão de tudo o que eu queria... Os sentimentos antes encubados, dores difusas, discusão, decepção, perda, dor, dor e mais dor. Bloqueei tanto a imagem dela, a voz, tudo relacionado. Às vezes não conseguia... Por incontáveis vezes a ouvi dizer-me que me amava, sempre ao telefone, aquela última ligação (aquela que tanto me deu esperanças), então sentia profunda dor... Por conseguinte lembrava daquela quarta-feira, como agora, era sempre tomada de demasiada angústia. E o choro vem à tona, forte, às torrentes.
Bloqueei o máximo que pude, até certa quarta-feira. Senti coisas inexplicáveis... Seriam inexplicáveis se eu não soubesse o motivo de senti-las, mas eu sabia (e sei), agora que nada está bloqueado é muito mais doloroso, aqui dentro está conturbado, dentro de mim, não sei se dela também, me parece que não...
E agora que ela tudo sabe, claramente, sinto-me indefesa, desprotegida. Não sei o que fazer, como agir, se devo, ou se não devo...
Minha cabeça dói, meu coração dói, o ar está espesso.
Dor.

Presente do Pretérito I

Não é possível crer
é fantástico, é supremo.
E enlouquecedor.
Todos os dias a vejo passar
Todos os dias sinto o tremor nos joelhos, os lábios secos
sinto os olhos arderem, os órgãos revirarem

Todos os dias sinto receio
tristeza profunda e amarga
Tudo culpa minha.

Nada posso falar,
não consigo.
Medo.

Em abril,
tudo tinha cor
e vida,
Era confuso,
mas alegre.

Três semanas,
inesquecíveis.

Depois ficou tudo negro.
Entrei com tudo
num breu sem fundo

Nada tem cor,
é tudo preto,
sem vida.

Falta de ar, tontura
sinto falta,
sua falta.
Quero de volta sua formosura.
Um buraco imenso, cheio de absolutamente nada.
Vazio,
tudo o que me restou (...)

Sem ti não tem graça,
não tem cor, nem perfume
não existe meu eu.
Sem ti, perco o chão,
o sorriso e a razão.

Te amo tanto que dói,
te amo tanto que suporto, sim,
vê-la com outra pessoa (...)

Mata-me aos poucos, lentamente...
Arsênico, dê-me um gole.

Diga-me como,
eu faço.
Para você meus melhores abraços.

sábado, 26 de setembro de 2009

Morena

A pessoa conhecida, que na verdade é estranha
se prosta no caminho
Ela não me permite passar.
Diz-me como se fosse (eu) forasteira

Apeteço há muito,
olhar fundo nos olhos sonhadores e furtivos da Loura.
Lastimável que ela esteja tão perdida (...)
Tanto quanto, ou tanto como (?)

Olhos. Seus olhos,
Eloquentes, estapafúrdios,
Excitam-me

Tão platônico...

Sagazmente, falo-te:
A Morena, porém,
de mim arrancou o coração
e não só isso,
também levou de mim a emoção

Se novamente a tenho em meus braços
atrelar-me-ei a ela,
a Morena,
Minha doce Moreninha.




-Só pra constar, eu não gostei muito desse poema... Ficou faltando algo.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Lírios... e algo mais.


Maçã, fruta denominada (...) como sendo "o fruto proibido",
discriminada, relacionada ao pecado.
Maçã vermelha.
A paixão, o amor,
ambos associados à cor vermelha.

Vermelho que me instiga, que me inspira
vermelho que me faz sentir coisas indefiníveis.
Indecifráveis.

Meu tesão é vermelho, creio que meu alter-ego também o seja.

Só enxergo lírios,
ao fundo, à frente
Tudo são lírios.

Na verdade, são lírios e ela.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Preto no Branco III

Mas de repente, para surpresa própria, lá estava ela, chorando aos prantos. Afagou novamente seu pequenino elefante de porcelana. Continuou a chorar, sem tentar, nem mesmo, conter os soluços agudos.
Vagou pelo corredor. Não havia mais cor em seus olhos, apenas dor. Pobre garota. Sem ninguém, sozinha nesse turbilhão que é a vida.

Parou na sala de estar, demorou seu olhar numa das poltronas. Sentiu um ar gélido soprar-lhe os ouvidos, e uma sensação quente subir-lhe pelas costas, como se alguém a estivesse espionando, mas... De onde ? Quem ? Virou-se num pulo, com olhar atormentado, e procurou, desesperadamente, pelo par de olhos gatunos que estavam bisbilhitando-a.
Nada.
A sensação de invasão só aumentando. De repente ouviu-se um grunhido, pareceu vir detrás da janela central, a maior, sempre oculta por cortinas vermelhas, grandes e espessas. A sala de estar não era quente. Liesel aproximou-se da janela, e afastou alguns milímetros da cortina vermelha para o lado. Observou atentamente, nada notou. Ninguém. Sequer um moribundo a espreitava... Decerto havia algo escapando por dentre os eixos...

Uma picada no pescoço. Sonolência. Escuridão.

domingo, 20 de setembro de 2009

Feito Por Beatriz M.

A dúvida é amarela.


"Foram-se as letras e histórias construídas.
São tantas ideias, todas abstratas, paralelas,
crescentes, impuras, todas utópicas,
dando-me algo novo
dentro do que permitem as circunstâncias.

A dúvida é amarela, acho que minha alma também."

Preto no Branco II

Liesel sentia-se condenada a olhar aqueles rostos sem vida, encovados. Aquilo não era nada do que ela imaginara que teria por seu caminho de vida. Assombrada pelos membros dos corpos de seus pais que estavam espalhados pelo chão do quarto, Liesel afastou-se do ponto onde estava, andando devagar, até que sentiu estar recostada numa das paredes. Desmoronou. Deixou-se escorregar, sua coragem estava esvaindo-se. Chorou, soluçou. Parou, enxugou as lágrimas pendentes em suas bochechas pálidas. Pôs-se de joelhos no chão que parecia a cada minuto ainda mais duro e poeirento, e foi engatinhando até o lavabo anexado ao quarto. Era um lindo, sofisticado e espaçoso lavabo. Liesel amava a banheira que estava a sua direita, logo após entrar pela portinhola do lavabo, era de fato uma lindíssima banheira em estilo vitoriano. Mas, mais que a banheira, Liesel amava como se tivesse vida, sua penteadeira, ela era de um roxo contundente, e seus acabamentos eram liláses. Por sobre sua penteadeira de "estimação", havia um elefantinho azul feito de porcelana, com a metade de sua minúscula tromba quebrada, aquele fora o único presente de que ainda a ajudava lembrar da mãe biológica, a frágil e adorável Eleannor Strezer. Por fim, sem saber qual atitude tomar, Liesel pegou, com sua mãozinha trêmula, o pequenino elefantinho azul e o afagou. Adormeceu.

Ao primeiro raio de sol, Liesel já estava alerta, de pé. Ainda não tinha coragem suficiente para voltar ao quarto e deixar que seus olhos pousassem nas partes tombadas dos corpos de seus pais adotivos. Inspirou fundo, fechou os olhos e caminhou para fora do lavabo, e depois, para fora do quarto. Percebeu que já poderia abrir os olhos sem qualquer risco aparente, quando pisou num carpete macio, era bem melhor que o piso frio de seu quarto. Ao abrir lentamente seus olhos amadores e analizadores, Liesel apenas pôde sentir alívio. Alívio por finalmente ter saído de dentro daquele antro de discordia e traição. Ela já pensava no porque de seus pais terem sido feitos em picadinho, e em quem teria concluído tal atrocidade. Apesar de seus conservadores 11 anos de idade, ela não era boba, e já montava em sua mente uma breve simulação do que e do porque tudo aquilo havia acontecido.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Sem Serventia;


*Redação pedida na aula de filosofia, sobre o anel (de) Giges. O que eu faria se o tivesse, o anel que nos deixa invisíveis ?


O anel. Meu anel, meu precioso anel Giges.

Com este anel eu posso ficar invisível. Posso fazer o que eu quiser, pois nnguém poderá me ver.

Com este anel eu entraria pela porta errada, no lugar e hora certos, e eu veria, aos meus olhos, a pessoa mais perfeita. Eu a veria em todo o seu esplendor. Contudo, uma lástima seria, eu poderia vê-la, mas ela não me veria, não veria que eu a estava apreciando, sim, aquela pessoa perfeita para mim, tão brutalmente bela.

Que propósito teria eu vê-la se ela não me veria ? Nenhum. Seria inútil. Giges a ela eu daria, para que pudesse espiar-me a todo tempo.

Espero que ela não fuja com meu Giges, com meu coração, nossos futuros entrelaçados. Quero poder ver teus estupendos olhos claros e sonhadores, quando o Anjo Caído e de "imoralidade corporal" lhe patir o coração (...), eu certamente estarei perto o bastante para que não passe a ser ainda mais misantropa, e aí, Giges já não terá utilidade alguma.

Meu precioso anel Giges, eu o passo adiante.

Preto no Branco I

Liesel já estivera há muito, tão só, entrentanto, não como agora. Seus pais adotivos... Onde estão ? Liesel pergunta, clama, mas ninguém responde, ninguém vem ao seu encontro.
Está tão escuro lá fora, tão escuro quanto seu cabelo negro como a noite.

- Onde estão ? - Ela novamente ralha, sem compreender o que se passa ao seu redor , sem se dar ao desprazer de sentir os odores que a cercam. Enxofre. Gasolina. Pólvora. - O que está havendo ? - Mas como antes, ninguém responde.
Liesel então, agarra-se fortemente a um pequeno vislumbre de coragem, e abre, numa pequenina fenda, seus olhos. Lindos olhos claros, amadores e hipnotizantes.

Bem ao fundo do quarto enegrecido, pode-se distinguir formas de rostos. Liesel tatea até uma metade do caminho... Está tudo tão quieto, tão escuro... Ela pensa, e analisa as sombras mórbidas que estão mais à frente. Aproxima-se mais, e muda, prende a respiração. De repente um sobressalto, sobe-lhe um frio inóspito pela espinha.
Um clarão. Liesel pôde ver o que estava a poucos metros de distância. Cadáveres. Seus pais tinham seus corpos desmembrados ao chão frio e empoeirado.

Perda de foco, escuridão. Torpor.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Beatriz

Pela silhueta do teu corpo, meu arquejo
Pela tua nobreza, meu desprezo
Por teu meigo sorriso, meus gracejos
A ti, meu amor

Se em teus olhos me perco, de lá almejo não mais sair
Ficarei por toda a eternidade, apenas na imensidão dos teus sonhadores olhos,
Perdida por vontade própria.
Sem água, sem pão
Alimentando-me de luz, de sonhos. Cores.

Imagino, cá com minha ignorância, se daria certo, duas pessoas tão diferentes e ao mesmo tempo, tão profundamente iguais.
Obsessão, fruto de minha platônica paixão ? Maysa Matarazzo me entenderia...

Inúteis. Todos inúteis, textos estes que escrevo.

Fadada à carnificina, às fraquezas da carne
Cedendo para a solidão,
Esquecida na escuridão,
E ela não tem fim.

A oportunidade, pendendo por um fino fio
Projetando para além de onde se origina, muito além.
Queria eu, ver meu passado inteiro
E nos futuros beijos teus, me mobilizar. Sensação sem igual.

Por ti desmorono
Por ti aqui estou:
Caída e indefesa.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Matei ele e Fim.

A vida é dura, é inconstante, às vezes nós perdemos o controle sobre certas situações, sobre nós mesmos. Não é impossível (...), nada, absolutamente, é impossível, mas sim, é difícil.
Eu enganei não só a ela, mas também a mim. O que houve entre nós, teve um triste fim. Estava tudo indo bem, até o dia em que aquilo aconteceu novamente comigo, após tanto tempo. Eu acreditava ter superado. Por que agora ? Por que ?? Enfim. Aconteceu, e foi como um furacão, foi devastador, por dentro eu fui novamente abalada, tudo ruiu. Em segundos eu estava com os nervos à flor da pele, a boca seca, o coração quase rasgava meu peito, gaguejava. Quando nos levantamos foi ainda mais possível perceber o que ocorria comigo, ao fincar meus pés no chão, eu pude sentir, meu corpo todo tremia, meus joelhos me davam a impressão de que eu não conseguiria ficar de pé, meus olhos ardiam, minha cabeça latejava levemente. TUDO estava em desordem. Bastou eu não só vê-la, mas falar com ela. ELA. Nesse dia eu pude perceber que não havia superado coisíssima nenhuma, mesmo ela querendo apenas amizade, tudo bem, eu respeito isso.
E continuei com o meu namoro por mais duas semanas, quase. Ser humano mais indígno.
Pensei, pensei. Contei a ela tudo, tudo o que eu sinto pela outra, fui sincera até os ossos, certamente, foi horrível para ela, mas o que eu poderia fazer ? Reprimir meus sentimentos, continuar me iludindo, iludindo a ela ? Viver numa mentira ? Até quando ? Eu não suportaria.
Estou com nojo da minha pessoa. Repulsa. Um escárnio para minha alma. Para que cultivar algo falso ?
Confusão. Então ela diz-me o que está sentindo e isso muito me afeta, com uma decisão já tomada, com tudo dito, a única coisa que ela me faz sentir é pena. Pena. Qualquer coisa que eu dissesse a ela, a partir dali, daquele desabafo, seria por pena e nada mais, eu me sentiria muito pior. Levem-me à forca, eu mereço.
Manti-me firme.
E agora está feito, ou melhor (?), desfeito. Acabou. Eu digo que valeu e me defendo. Não sou um monstro, tenho sentimentos, evitei algo pior.

Me levem à forca, me levem.



(Ouvindo: Thinking Of You - Katy Perry)

sábado, 12 de setembro de 2009

DONA DE MIM.


  Tesão, "Teson", que seja, desde que seja grande, incontrolável, insaciável.
  MEU TESÃO, assim grandão. O meu TESÃO é grande assim, insaciável, meu umbigo, minha vida, gira em torno do MEU TESÃO, é tão forte, tão incontrolável, finalmente eu pensei em algo que fizesse sentido.
  Eu me descontrolo completamente por ele, com ele, e até que não é ruim.
  Algumas pessoas dizem que eu "rendo" pra todo mundo, que eu "atiro para todos os lados", mas ao meu ver não é bem assim. Eu não rendo, eu FLERTO. Amo, amo, amo, amo. Flertar é magnífico. E eu sou boa no que faço. Voltando... Tesão. "Teson". TESÃO. Até o nome dá água na boca. Até o nome, puramente o nome, ao soar em meus ouvidos, realmente me dá TESÃO. É inevitável, tão tocável. Excitante.
  MEU TESÃO está sempre ativo, 24 horas por dia, sete dias por semana, 31 dias no mês, 365 dias ao ano. MEU TESÃO é bom assim, insaciável assim, ele nunca pára. Jamais se satisfaz.
  Só de falar nele eu já fico alerta, MEU TESÃO. MEU.
  MEU TESÃO está sempre presente. Ele é parte de mim, chega a ser denso, praticamente uma massa pairando no ar. MEU TESÃO é onipresente. Ele está entranhado em mim.
  MEU TESÃO, MEU ALTER-EGO. Ele é dono de mim, dono das minhas vontades, senhor dos meus impulsos, talvez dos mais destrutivos... Eu tenho de aprender a controlá-lo? Naaaão. Ele é dono das minhas ações, ponho-me em suas mãos. Melhor ainda, seria se MEU TESÃO fosse mulher, MINHA TESÃO. Ela seria dona de mim, dona dos meus pensamentos repentinos. MINHA TESÃO abrange tudo, expande meus horizontes.
  Vivo em prol.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Putrefato ?



Será que alguém, qualquer um, já parou para pensar no que eu sinto? Mesmo que tenha sido após um considerável intervalo de tempo, ou sem querer. Não que eu mereça isso, é apenas uma dúvida minha. De verdade, eu acho que não. Superficialmente.
Não quero pena ou compaixão, apenas ódio, raiva e revolução. É tudo tão injusto, tão desconcertante, errante. Ao mesmo tempo que me amo, me odeio por ser quem sou, em grande parte por causa do que me denigrem, dia após dia.
Posso ser forte, mas não sou de aço, meus alicerces rangem ensurdecedoramente. Estou nutrindo um excit
ante desejo de morte, minha morte. É meio covarde, admito, mas resolveria tudo bem rápido. Um puta cretinismo, espero que um dia os papéis realmente se invertam, que seja mega ultrajante para os “mal-feitores”, não me importo.
Quando eu for embora, quando eu atravessar a fronteira, seja ela de um país a outro, ou de um “mundo” a outro, não olharei para trás, nunca, jamais. Não sentirei falta disto, desta dor profunda, deste ódio enraizado em meu peito. Apenas continuarei me afastando, tenho de atravessar a fronteira. Eu tenho, eu quero. Preciso.
Por mais que as coisas melhorem gradativamente, por mais que eu mude, eles não fazem o mesmo, não têm consideração, depois vêm me falar de gratidão? Vá se foder. Eles nunca mudam, contam sempre as mesmas estórias, me distorcem os pensamentos, já não me controlo mais, é terrível a força que faço para alcançar o mínimo de controle, e o mínimo de controle nunca é o suficiente.
Essa vida que eu levo mais me consome do que me dá. Me leva tudo, me tira, me destrói. Definho sordidamente a cada pensamento que vem à cabeça (não que isso não corresponda à minha concepção de vida), contudo, dói mais do que na teoria e ocorre lentamente, literalmente se arrastando. Por dentro estou pútrida. Sem vida. Morta.
Miserável, maldito, é aquele que me roga impensavelmente, me atordoa a alma. Mal me compreendo. Meus pensamentos, até mesmo os mais infames, todos, tão distantes, intocáveis. Me sinto infeliz. Dói tanto... O ar, que já quase não respiro, é espesso, arranha-me a garganta, mata-me aos poucos, a cabeça lateja, nada encaixa, de repente um calor devasso sobe pela espinha. Tudo é demais, um simples sussurro é brutal, dor, muita dor, e raiva. Quero ir embora, esse desejo irreprimível... É tão difícil permanecer aqui. Quero fugir... E porque não? Seria libertador... Como ver um copo de água gelada em pleno sol escaldante. Irresistível.


Me deitar por sobre a mais bela grama verde-vivo e apreciar o sol nascer, não ter mais pensamentos soltos e perdidos, respirar e sentir alívio, não desperdiçar o tempo como se ele fosse infindável, enfim. Viver a vida.

domingo, 30 de agosto de 2009

Concepções.



Eu quero deixar esses dias cinzas para trás, quero viver o novo, suspirar a liberdade, sorrir à vontade. Se tudo fosse fácil a vida não teria graça, correr riscos é de graça, faz bem. Não quero me preocupar com o tempo que falta pra essa palhaçada se dissipar, só penso no futuro, seguir em frente, faltam dois anos apenas. Ta ta ta, garçon, me traz uma banana split e põe na conta da Edith. Quero poder inspirar ar puro e não sentir dor, arrependimento, quero poder olhar pra frente e sentir que fiz o certo, ao menos para mim, não o bem e nem o mal, mas a escolha certa. Quero ver o sol nascer, a lua aparecer, as flores crescerem, os pássaros a voar, a minha vida se encaminhar. Nem tudo é como a gente quer ? Negativo, tudo é como se quer, pense só, as coisas apenas não acontecem na ordem em que pensamos que aconteceria. Se eu pudesse, pensaria em como foi o meu primeiro banho de chuva, a minha primeira sorte grande e em como estava o céu, no dia em que eu não me reconheci. Se eu pudesse retroceder num dia qualquer, talvez eu escolhesse um dia aleatório, ou talvez eu escolhesse o dia em que eu realmente me senti impotente, vulnerável, apavorada (até os ossos), creio eu, que muita gente não faria isso (claro), mas hoje em dia, à flor da minha juventude e talvez da ignorância quanto a algumas coisas, eu simplesmente não sinto medo, não tenho noção do que exatamente é isso, talvez me fizesse bem sentir outra vez o que é o medo, entrar em pânico por estar com medo de algo verdadeiramente assustador, nem que isso se aplicasse ao medo de perder alguém, mas que realmente surtisse o efeito esperado, não que eu queira viver com medo, apenas para que não voltem a me dizer que sou insana, não que eu ligue, mas que, vindo dessa pessoa, realmente me irrita, ela se acha tão certa, tão impune. Me deixe ser insana, eu gosto. Essa é a minha paz. Se o sol se fizesse negro e frio, eu não me faria dormir, não mais, é à noite que as coisas acontecem, é no escuro. Ansio pelo crespúsculo, quero vê-lo a ponto de sufocar com sua beleza, me castigue, se isso fizer-te enjoar. Vou correr desvairada, pela rua vazia da manhã mais fria de janeiro, pra ver se me julgam louca, ou se me acompanham. Vou gritar sem cautela, em frente à portaria do prédio dela, fazer escândalo para que desça e me aqueça, quero sentir seu corpo ao meu, com isso meu pior dia se tornaria o mais belo. (*SEM NOME NO MOMENTO*) é o nome dela, que me desperta euforia, que por cada dia me faz ter vontade de estar aqui por um pouco mais de tempo, que se faz inesquecível a cada momento, estando ou não presente. Me dê seu coração, ou eu não me faço completa, me diz que gosta de mim, me joga no chão e me pisoteia. Pra te ver com urgência me faço enferma, minha mãe que o diga, é de família. Queria eu ter o direito de quebrar tudo, ao mínimo sinal de raiva, quem dera. Ah se a vida fosse assim tão bela, aliás, ela o é, devemos apenas enchergar de todos os ângulos possíveis, dar atenção à magnitude das coisas simples, aos gestos pequenos, porém amenos. Vou enrolar as pipas nos pios, mandar meus beijos pelo ar, me embaraçar nos braços dela e não mais soltar, não mais poder, como não mais sentir. Não mais sentir sua falta.



Como um temporal, imponente, forte e rápida, assim é a minha passagem pela vida dos vivos, vivendo num mundo de ódio e discórdia, sem o ardor do amor. Mata-me com essa desavença sem pé, nem cabeça, sem início, sem meio e nem fim.