"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato...

Ou toca, ou não toca." (Clarice Lispector)
"Eu me recuso a ser sócio de qualquer clube que me aceite como sócio." (Grouxo Marx)
"Repara bem no que não digo." (Leminski)
"Meu epitáfio será: Nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa" (Rita Lee)

I am not but I am

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Rio de Janeiro, RJ, Brazil

sexta-feira, 5 de março de 2010

Obrigada

Que só queria desfazer
em bilhões de partículas,
desaparecer do mapa
por inteiro, por toda a eternidade da minha insignificante existência.
Apenas isso. Não é implorar demais.

Se por coragem ou covardia não sei dizer
a escolha é minha, a vida é minha
e, portanto, a culpa também é toda minha.
Só minha.

Obrigada
por não ouvir nunca e por jamais entender
qualquer gesto, qualquer trocadilho banal e quaisquer palavras por mim cruzadas.
Obrigada. Obrigada por nada.






- Poema escrito ao som de Pitty - Na Sua Estante

quinta-feira, 4 de março de 2010

Prêmio de Consolação

Que mané não sabe o que é isso dai que está sentindo
é Amor isso dai, toda essa confusão
é Amor e você sabe disso e eu também..


Então qual o problema ?
Por que não admite ao menos ?


Se prefere... Então fique com seu cimento
Continue, em vão, tentando tapar seus buracos sem fundo
transbordados de Amor e medo..


Continue iludindo a si mesma
desprovidamente com seu Prêmio de Consolação


Vou caminhando debaixo do Sol quente numa eloquente solidão premente
sorrindo sem estar contente, sentindo lufas desmotivadas
sonhando contigo,
te pedindo abrigo.





- Poema escrito ao som de Marisa Monte - Até Parece.

terça-feira, 2 de março de 2010

Sônico Metamorfosear

Sônico metamorfosear dos ventos abafados
Entre os inocentes conturbados me divirto mais,
Essa constipação mental, vertiginosa das 5 da manhã me seca
deixa-me atordoada facilmente
contando-me segredos sabidos
receados por não dissociação

Sônico metamorfosear dos ventos abafados
Eles novamente reinventam e reavivem outras pessoas
mudando horários, valores e vontades
Novamente discorrem-se alusões momentâneas, discrepâncias ávidas e suspeitas sem direção

Abafando resquícios regurgitados pelo assombro da névoa verdejante
Abafando resquícios memoriados pelo reflexo difuso da caça ao caçador

Trocando significados e significantes, sugerindo bobagens sem sentido
repensando arrependimentos amorosos passados, reavivando do túmulo aqueles que não se deve nomear
desejando destes um último afago, um último beijo estálido, recobrando o afeto perdido e espatifado
Modificando sentimentos não realizados
restringindo saudades trementes e paixonites cadavéricas... Paixonites perpétuas
Que é pra não quebrar de novo com tanta violência, que é pra não deixá-lo partir-se por mesquinharia
nem deixar aos cuidados de qualquer alguém,
que more longe ou que more perto,

Espatifando sentimentos idealizados... Fortificando carências sem saúde, porém não-destrutivas
e reafirmando compromissos fechados.
Sônico metamorfosear dos ventos abafados,
vem acordar, jogar-me da cama e não deixar enclausurar
vem fazer, pôr-me a levantar e correr pro mar, sussurrando nomes sem parar, sem pensar
proferindo palavras mórbidas e exasperadas...

Notóriamente afogo queimaduras e piso rachaduras... Apelando para o zelo descuidado
bêbeda de mim mesma