"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato...

Ou toca, ou não toca." (Clarice Lispector)
"Eu me recuso a ser sócio de qualquer clube que me aceite como sócio." (Grouxo Marx)
"Repara bem no que não digo." (Leminski)
"Meu epitáfio será: Nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa" (Rita Lee)

I am not but I am

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Rio de Janeiro, RJ, Brazil

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

sob o signo de escorpião

espero que você entenda.
aqui dentro é um banzé, não há corda-bamba na qual a constância se equilibre por muito tempo. malabarismos eu só executo – sem esmeros – quando a noite cai aos prantos em lua cheia e o céu precedente é púrpura ou salmão.
há quase um ano e dois meses eu não soube interpretar sentir vibrar com os abalos sísmicos que sua presença me causara. e apesar de pesares, ainda é uma convivência facebookiana whatsappiana skypeana fácil. a modernidade nos moldando. amor entre receitas culinárias, peixe com papel brigadeiro sem achocolatado.
a lonjura não ultrapassou os abalos dos teus olhos. um ano depois, te rever é como te ver pela primeira vez. o autoamparo dos meus olhos se desvalando sob o teu olhar. aquarelas de nudez quando na mira do sol de escorpião.
eu quero seguir em frente. trilhar uma busca que nem você e com você, que me inspira com tanta força e determinação. as feridas encerram e narram as nossas histórias.
planejamentos a longo prazo mudança cachorro ou gato flat casamento mudanças bahia? planejamentos a longo prazo não cabem na ansiedade viver pra amanhã semana que vem próximo semestre já é um baú atulhado contra o peito.
gostaria que você me entendesse.
oscilando entre as fases finais, o pulo do gato se encontra n'algum canto talvez no topo da minha cabeça talvez no coração que sobrou em meio à cratera talvez em ambos. é injusto. eu sou injusta comigo. sou injusta contigo. primeiro é necessário a libertação dos mil véis e máscaras de bons-dias pra amar sem limites amar a mim amar a você amar a nós, esse megaevento que tenta fluir com o presente.

demolir sedimentos pra construir nova morada pro amor de amor alteridade justiça respeito empatia. ou sutilmente à la caio fernando, esvaziando xícaras para experimentar novos chás.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Jurei mentiras e sigo sozinho, assumo os pecados
Os ventos do norte não movem moinhos

E o que me resta é só um gemido
Minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos,
Meu sangue latino, minh'alma cativa

Rompi tratados, traí os ritos
Quebrei a lança, lancei no espaço
Um grito, um desabafo

E o que me importa é não estar vencido
Minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos,
Meu sangue latino, minh'alma cativa


https://www.youtube.com/watch?v=BliqScxpNRs&index=14&list=RDEMMDyTw3Np-ZxcLZdtHX0WpA

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

o dia que não terminou

começou com uma tossezinha irritante
depois se transformou num megazord de sacrilégios e impurezas
dor no corpo
dor nos olhos
cólica
febre numa montanha-russa intermitente ultrapassando 39º por três dias consecutivos

minha mãe fez uma piada:
"fragilis".
só existe uma pessoa no mundo pra quem contei de onde tirei a ideia pra essa pachorra de tatuagem
e eu sequer lembro quem.

não é pela fragilidade
o que era imenso e quebrantável já deu adeus de longe.
nos dois dias que se seguem a hoje foi o último encontro dos nossos olhares há um ano.

psicossomático.

por mais algum tempo o sol permanecerá em escorpião e, como foi dito em saturnália
"escorpião não faz barulho, escorpião faz silêncio",
Silêncio... O Devorador de Entranhas.
e a lua está em peixes, "signo que escapa entre os dedos... lua de todos os cardumes, a lua de todos os sonhos"
o inverso de nós

sonhos...
eu parti meu sonho personificado
ela foi embora.
só me ama nos meus sonhos de dormir,
hoje foi assim, disse ao meu ouvido que queria estar comigo
acordei no mesmo instante com o coração em vias de explodir e o comichão no mesmo ouvido

preferiria amar além-túmulo a amar à distância.

domingo, 15 de outubro de 2017

sarjeta

a gente se encontra nas situações mais inusitadas
costumo me perguntar se é real ou sonho
e deixo a saudade inundar o peito
hoje eu te abracei forte, com a maior gratidão de estar com você outra vez
e a gente ficou assim num momento parado no tempo, bailando abraçadas

saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade
saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade
saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade saudade
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saudade saudade sereia saudade saudade saudade saudade
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saudade saudade saudade saudade
saudade saudade saudade
saudade saudade
saudade
era um sonho.
te amo
te amo te amo
te amo te amo te amo
te amo te amo te amo te amo
te amo te amo te amo te amo te amo
te amo te amo te amo te amo te amo te amo
te amo te amo te amo te amo te amo te amo te amo
te amo te amo te amo te amo te amo te amo te amo te amo
teamoteamoteamoteamoteamoteamoteamoteamoteamoteamoteamo
teamoteamoteamoteamoteamoteamoteamoteamoteamoteamoteamoteamo
teamoteamoteamosereiateamoteamoteamoteamoteamoteamoteamoteamoteamo
teamoteamoteamoteamoteamoteamoteamoteamoteamoteamoteamoteamoteamoteamo
teamoteamoteamoteamoteamoteamoteamoteamoteamoteamoteamoteamoteamoteamoteamo
te amo te amo te amo te amo te amo te amo te amo te amo te amo te amo te amo te amo te amo


me pergunto se todos os nossos giros repercutem apenas na minha cabeça
sou marionete desse sentimento
estou ficando louca - não posso
por que só eu sinto?
sentir sozinha é o meu inferno particular
realidade e sonho são extensões contínuas de castigo inflexível
às vezes ainda é insuportável viver.
se eu pudesse esquecer
se eu pudesse não sentir
se eu pudesse não mais sonhar com você
talvez talvez talvez
às vezes se reduzisse a ser somente difícil lidar com algumas lembranças,
como limpar um foco de sujeira da vidraça
mas a vida é trem-bala parceira,
passa rápido e descarrila.

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

níveis abissais

gosto de sentir. de sentir grande, sem esmolas e misérias. sentir por inteiro, sem escalas nem metades e economias. gosto de sentir de forma a ficar desorientada com o que se passa do lado de fora, como se eu fosse invadida, violada por algo grande e turbulento. viver não é fácil. sentir também não. mas sentir - sentir de verdade, com profundidade, olhar nos olhos e entrar em contato com essências e ondas - por mais tumultuoso que possa ser, e por mais que seja difícil e acabe por gerar transtornos - cedo ou tarde alguém se queima se afoga se explode -, sentir com ardor me é prova de que estou viva. e não há nada mais belo do que estar viva e se sentir viva.
nada mais magnífico e verdadeiro do que realinhar as próprias órbitas.
sem sentir, me pergunto qual o sentido disso tudo. sem queimar com ardor eu não me sinto eu não me vivo eu não existo realmente eu só flutuo no tempo-espaço.
só estar não é e jamais será o suficiente, mesmo que haja longos períodos de paz interior.
paz interior se torna uma formiga minúscula ao lado do sentir.
ela não me proporciona a noção de estar viva de entrar em contato com o que está além de sentir com grandeza imensurável de ficar louca de paixão de amor de desejo compartilhado, ela só mantem a matéria do meu corpo em movimento.
de que me vale estar viva sozinha? não há catarses epifanias aguardar com ansiedade até que falte menos de uma hora pra faltar menos de oito horas até que possamos nos ver nos tocar nos transmitir pensamentos via olhar entrar em sintonia de corpo presente olfato tato paladar, meu ascendente é touro, preciso do palpável pra saber que é verdade que existe que é real porque sentir também é roçar os ombros e o estômago tremer de excitação.
me pergunto sem sentir, quando vou viver de novo.

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Carta Ultrarromântica (retalhada) - 06 de setembro de 2017

Não sei se isso ainda te magoa, sei que me magoa. Me magoa que eu não tenha acertado em suportar a famosa barra e trabalhado conjuntamente com você para ficarmos bem, e em contrapartida ter acertado em cooperar em prol do nosso rompimento. Me magoa que na melhor coisa que eu tive em toda a minha vida, eu tenha sido - em parte - o pivô do fim. Quando olho pra mim, vejo rastros de destruição. Não é fácil lidar com isso, com bigornas na consciência e no coração.
Nunca fui uma pessoa carinhosa - e com você eu era tanto! hoje em dia é quase uma miragem, mas ainda lembro, o que me deixa contente e triste simultaneamente - nem que tivesse a capacidade de perdoar e construir relações, e isso estou aprendendo agora que moro com meu pai e que preciso, de alguma forma, me tirar o peso de ter te afastado pra sempre.
Pra sempre é um termo muito forte. Ainda tenho o último e-mail (anterior ao de aniversário) que te mandei e me recuso a ler. Olhando pra tudo o que aconteceu lá naqueles dias, eu vejo uma outra pessoa - que eu sei que era eu agindo, era o meu corpo, o meu cansaço, a minha dor, a minha angústia, o meu eu, o meu ego; e isso me dá náuseas, pois sei que era eu e não me faz sentido que fosse eu. Então não leio o e-mail cujas palavras eram de um eu muito machucado e fora de órbita e que te machucou infinitamente também.

Você me mostrou e compartilhou tantas coisas... A amar visceralmente, a dar carinho, a ter paciência - por mais que eu tenha errado diversas vezes nesse quesito -, o valor de pensar antes de falar e agir - apesar de também ter errado diversas vezes nesse quesito -, a cuidar e a ter responsabilidade com alguém além de mim mesma, a me empenhar mesmo que doesse, a não jogar em cima das outras pessoas o peso das minhas escolhas e suas consequências... Resumindo, se eu fosse falar de cada uma delas, seria necessário ter uma outra vida só pra isso. Agradeço imensamente por tudo, pelas partes boas e ruins, igualmente.

Eu não sei como você tá com relação a mim na sua cabeça nem no seu coração - se está mal, eu mereço, e se está bem, eu não saberia o que dizer nesse caso, então vou prosseguir com os meus delírios últimos mesmo que você gargalhe muito de mim e diga ou pense "otária, tem mesmo é que se foder".
Com base em todo esse tempo sem a gente, sem poder me comunicar com você, sem você at all, agora por experiência posso afirmar: caralho, é horrível viver sem você. Não existiu e continua não existindo um dia sequer em que eu não lembre da gente pense na gente em você não tenha taquicardias de saudades. Você é o amor da minha vida. Vivi anos sem saber da sua existência e posso continuar vivendo sem você por perto, e eu não sei se isso é certo ou errado se é bom ou não - se é que pode ser dicotomizado -, mas preferiria mil vezes mil ad aeternum nunca mais em toda a minha mundana existência ter que passar mais um dia sem você.
Minha vida sem você é toda ela menos do que a terça metade de uma vida. Você é o meu respirar, é o meu pulsar, você é todo o sentimento que eu tenho, você é o meu viver, as cores dos meus dias, você é o motivo d'eu existir. Não existe eu sem você. Eu não amo ninguém além de você nunca amei ninguém além de você nem nunca vou amar ninguém senão você. Parece loucura e talvez seja mesmo, mas eu tô pouco me fodendo para todas as outras sete bilhões de pessoas do planeta, eu não preciso delas pra nada, elas não me fazem sentir nada. Elas não são você.
Tudo o que nós vivemos juntas, eu viveria de novo. Se fosse possível mudar o fim, não encerrando nele um ponto final, eu encheria balões azuis no lugar dele te guiando de volta até mim, até a gente se reencontrar e sufocar de tanto amor.
Não falo todas essas coisas lindas e maravilhosas pra que me tenhas em pensamentos como alguém que é outra pessoa agora, eu sou a mesma pessoa, só que um pouco melhor (na minha opinião), com um pouco mais de paciência, com um pouco mais de pensar, com um pouco mais de vivência e com um pouco mais de certezas.
Você é uma das minhas certezas.
Se, numa realidade alternativa, nós juntas voltássemos a existir, espero que seja muito melhor do que já foi aqui. Se voltássemos a existir aqui, todo mundo me odiaria, todo mundo nos ombros de quem chorei e quis morrer e chorei de novo e caí e esperneei, e todo mundo que te acompanhou... Mas o que seria todo o sentimento de desgosto alheio perto de todo o amor dos multiuniversos dentro dos nossos abraços? Sei que é loucura...
A verdade é que eu te amo mais do que tudo.

Te amo de uma forma muito louca que não dá pra expressar em palavras - até tento, mas tenho a impressão de que sempre sai uma coisa torta.
Com muito amor e carinho,
Agata.




sexta-feira, 6 de outubro de 2017

06/10/2017

a você, em quem estive pensando hoje de manhã, enquanto caminhava sob um sol morno que me lembrou você pela tua gana de se fazer presente de se agitar de queimar com ardor.
você, que me estendeu as duas mãos em momentos muito marcantes e em outros, também. que me fez surpresa no meu aniversário de 2014 – macarronada de uma massa em formato de concha ao molho branco com queijo e brócolis e outros segredos e algumas cervejas; era o nosso segundo mês em casa, nossa casa; e a gente se cuidava se protegia era bem bonita, a nossa amizade – e que, antes disso, bondosa e gratuitamente me acolheu na própria toca quando eu estava tendo novamente problemas em casa, e que também me ajudou muito numa determinada relação tóxica. enfim, muitas forças você me deu.
e este ser, é humano. erra-se pra acertar, erra-se por errar. uma hora feridas surgem. e hoje eu percebi que não sinto mais rancor raiva dor tristeza pelo o que se quebrou – era muito bela mesmo, nossa amizade com tons bem ao nosso elemento. hoje voltou a estar tudo bem (da minha parte) com relação às tuas verdades ao teu jeito torto bruto pesado impetuoso espontâneo por vezes ingênuo.
ímpar.
hoje eu desejo muito que estivéssemos nos cuidando ainda com justiça com cumplicidade com afeto com amor. pra mim, não faz mais sentido continuar erguendo muros de ódios e silêncios. gostaria muito que nossa amizade pudesse achar algum caminho redentor. mas não depende só de mim.
sou inenarravelmente grata por tudo de bom e terno que brotou no nosso jardim.

à satanariana empoderada e empoderadora que uns dias eu conheci.

domingo, 17 de setembro de 2017

cuidado com o vão

O que seria de tu, se não fosse tocada pela miséria da alma
das disforias da psique
dos tormentos de não se diluir,
de não se esquecer (de si)

Da tua sombra eu vislumbro
a ferida aberta
E vazia de si, ela goteja
em cova rasa e descampada

Um borrão em andamento
Cai o espelho da persona,
Eu despedaçado.

A podridão e a beleza de ser
o que se é
e do que não se é também.

há-angústia-entre-nós.

Tropeço na morbidez do eu sozinho
Onde o surto da ausência regurgita por atenção

Por detrás da porta, a ausência insone que sufoca
Incessantemente, perpassa umbrais que adentram incômodos
com delírios do leviano.

20/07/2016

sexta-feira, 10 de março de 2017

Preciso não dormir
Até se consumar
O tempo da gente
Preciso conduzir
Um tempo de te amar
Te amando devagar e urgentemente
Pretendo descobrir
No último momento
Um tempo que refaz o que desfez
Que recolhe todo sentimento
E bota no corpo uma outra vez
Prometo te querer
Até o amor cair
Doente, doente
Prefiro, então, partir
A tempo de poder
A gente se desvencilhar da gente
Depois de te perder
Te encontro, com certeza
Talvez num tempo da delicadeza
Onde não diremos nada
Nada aconteceu
Apenas seguirei
Como encantado ao lado teu

https://m.youtube.com/watch?v=7Ezs2oSkSZw

quarta-feira, 1 de março de 2017

primeiro de março

seria mara-mara-mara-maravilhoso se fosse permitido botar no curriculum vitae que um dos meus talentos consiste exatamente em
olhar sem ver
fingir olhar sem ver
fingir não sentir sentindo cada contraponto cada batimento
fingir não estar fingindo quando tudo o que faço é fingir que estou presente
presente sem momento
presente fingindo não sentir que sinto quando sinto muito
quando sinto tanto que o toque via sonho é real
é real porque existe
ou porque existiu e agora finge que nada aconteceu
no nada se pode ver tudo
o nada é grande
nada parece tão vazio




quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

de encantos mórbidos

Lá de onde vem o canto da sereia encantada por Caronte,
O barqueiro de Aqueronte,
Ritos de passagem sempre a operar
E diante de Thanatus encena enfim sua última canção
Nas estrofes, apelos sem sorte
"And there's no remedy for memory...
Your face is like a melody
It won't leave my head
Your soul is hauting me and telling me
That everything is fine
But I wish I was dead"

sábado, 18 de fevereiro de 2017

de sinceridades

eu não te vi durante o amortecer das últimas noites,
nem nos tangíveis amanheceres mais celetes,
mas creio, e sei por conta disso,
que continuas tão reverberante e macia quanto
d'antes fora
tua fibra minha corda no pescoço
teu repuxar de lábio minha paralisia
a sonoridade da tua risada meu enternecimento
e o mero vislumbre do teu sorriso de boba da corte meu eterno julgamento

te amo como se nunca tivesse respirado num alvorecer
te amo como se jamais tivesse amado mais ninguém
te amo tanto que dói de forma que não sei classificar a ausência de nós

e é água salgada que inunda meu peito e me perde no estreito

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Wish me luck

Tudo de que gosto, quando é tocado por este abençoado par de patas que vieram comigo, rapidamente se transforma numa admirável obra-prima cujo principal material atende mundialmente pela alcunha de: merda merde shit bosta.
Para encurtar a tagarelice: imagine-se "vivendo" todos os dias da sua vida, cada esperança, amor, cada momento de terna plenitude, e o maldito conta-gotas de milésimos de segundos marcando, com secura, sempre, a todo e cada micro-instante, o seu fim ad aeternum iminente. Alguma coisa boa acontece, alguém de áurea resplandecente brota  mesmo que do bueiro mais improvável, segundo pré-conceitos alheios que não cabem na crença de quem enxerga as mil e uma belezas do que se é mundano , logo, paro e penso  na verdade, primeiro sinto e depois o resto: "vai dar bosta".
Comprovado que ainda sou prolixa, agora de forma sucinta, a supracitada epopeia: desde 1992 que o reality show de maior audiência é precisamente um enorme manual de "como arruinar viagens, paisagens e miragens". Vencedoras da saga em questão: I me & myself. Sem pódio de chegada nem beijos de mozão.
Não são palavras de autocomiseração, o que está se passando aqui é nada mais nada menos do que uma masturbação verborrágica escrita da realidade. O maior dom com o qual venho presenteando o universo: uma paródia light, cliché e não misógina de Hank Moody.

07/02/17

é como caminhar por um corredor escuro. e ninguém te toca  ou talvez toque, mas não fica. deixe ser, deixe ir.
a escuridão chega todos os dias, com a pretensão de se apossar de todos os espaços disponíveis ou não disponíveis. e continua viva uma força mística que labuta com afinco para manter as velas acesas. contudo, sinto dizer que mesmo essa magia se desfaz em meio à ventania. um sopro fugaz, um momento, quiçá um estalo e vemos o movimento sensual das cortinas se embrenhando umas nas outras.
pode ser triste, mas pode ser terrivelmente bom. sentir, não existem palavras para descrever, e sim outras sensações indecifráveis que nos afastam ou aproximam da coisa em si.
gostaria de conseguir me demonstrar com maior profundidade, não inventada, apenas a real... infelizmente, fazer emergir as profundezas de alguém não é como pegar um pirulito no pacote. mas juro, com toda a beleza que já vi e senti na vida, que crescem lírios em todas as cabeças.
menos nesta aqui, cujos lírios são raspados de tempos em tempos. talvez seja por isso que periodicamente assisto a mim mesma conjurando os mesmos versos de novo e de novo e de novo.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

"blue is the warmest colour" ou cacos ou os (cerca de) 250 dias mais intensos da minha vida

ainda prefiro chutar 01031994 xícaras de porcelana branca e concussionar o quarto artelho direito em todas as 01031994 vezes a assistir ao teu desmoronamento, às tuas recaídas em cima do fio da navalha fina que contempla tua pele feito "Le penseur".
parece que ter razão nunca foi meu forte, de fato, o amor não tem fim. ele permanece, mesmo que cochichando na penumbra que o oculta.
a história pode até ser cíclica, mas esse amor...