"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato...

Ou toca, ou não toca." (Clarice Lispector)
"Eu me recuso a ser sócio de qualquer clube que me aceite como sócio." (Grouxo Marx)
"Repara bem no que não digo." (Leminski)
"Meu epitáfio será: Nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa" (Rita Lee)

I am not but I am

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quarta-feira, 4 de julho de 2018

sense2

não sei por onde começar, sumi por tanto tempo que sempre que penso em voltar torno a me recolher ao ostracismo...
mais de 15 horas da tarde no ccbb do rio de janeiro, uma ligeira hecatombe driblando todos os inúmeros obstáculos para lá chegar. e na hora marcada – o que caiu por terra. e não te perder sem antes sequer te encontrar [te amo].
cê tava tão linda. a pessoa mais linda de todas as pessoas que meus olhos já puderam vislumbrar [teamo teamo teamo]. aquele cabelo cacheado azul turquesa, o sorriso bobo e constrangido [te amo muito]. e meu coração dispara de forma alarmante, meu primeiro laivo de amor real transcendental além-mundo. você, minha tudo [te amo demais].
desculpa, acabei de ver o último episódio de sense8 e tudo em que conseguia e sigo conseguindo pensar é você você você você pra sempre você. na gente. em carinhos à la gataria entrelaçadas, aquele tanto de amor vulpino num lugar tão pequeno pra quem nunca saboreou o que é amar demais e ser amada pra buceta. e esse lugar era não-físico e, na verdade, imenso de gigante isento de métricas. entre nós tudo sempre foi de uma grandeza extraordinária absurda surreal mesmo, indizivelmente além do que as retinas são capazes de detectar. choque de universos em expansão avalanches terremotos tsunamis furacões vendavais calamidades-mil amor imenso [te amo mais do que tudo].
em momentos como este, tento re-sentir a imensidão do que é esse amar e nada é suficiente ou semelhante. não existe nada que ouse se comparar a esse amor siderado [te amo na mesma intensidade da luz do luar em noites de lua cheia].
às vezes me pergunto se isso o que sinto continua sendo todo o amor que eu poderia sentir por um mundaréu inteiro e que era tudo pra você, só pra você, ou se é pela imagem que guardo de você de nós dos nossos carinhos e conexões sense2anas [palavras são ínvias para descrever todo o amor que sinto por você].
a hora marcada caiu por terra tal qual golias derrubado pela pedrada de davi, mas quem se importa? você apareceu. você apareceu e eu me apaixonei e nós nos amamos demais e brigamos muito e sofremos apenas o que nós duas sabemos o que cada uma sofreu – e tivemos trepadas épicas homéricas consagradas por auroras boreais, vale lembrar [sempre foi muito mais do que amor, realmente não há palavras que abarquem todo o sentimento, apenas sinestesias também difíceis de narrar].
queria dizer mais uma vez que agradeço demais ao cosmos por ter arquitetado esse encontro anos-luz videnciado, mas isso eu já faço todos os dias, agora eu só queria poder te dizer que te amo tanto tanto tanto com profundidade e peso de oceanos que mesmo aprendendo a lidar com essa ausência, a única coisa que eu quero na vida, nessa e em todas as outras, é te ter de volta comigo.
te amo tanto que não adianta tentar ignorar, isso também me leva à loucura. nada nunca vai apagar as bostas que aconteceram, que foram cometidas, que foram mal-pensadas – e mal-pesadas –, eu sei. eu sei. eu sei que dói mais do que beijar asfalto chapiscado essa falta de nós duas se enredando uma na outra.
sentir sem você... é inexistente. se eu fosse adepta à alguma religião, ela seria você.





"If I told you about her, what would you say? That they lived happily ever after? I believe they did.
That they were in love? That they remained in love? I'm sure that's true.
But when I think of her - of Elisa - the only thing that comes to mind is a poem, whispered by someone in love, hundreds of years ago:
'Unable to perceive the shape of You,
I find You all around me.
Your presence fills my eyes with Your love,
It humbles my heart,
For You are everywhere.'"
(The shape of water)

domingo, 4 de março de 2018

Às cargas

Ao nosso amor, aposentado por invalidez, condiciono doses cavalares de esquecimento.
O meu ego, presenteio com reluzentes esporas e camisas de força de acordo com a tendência.
À angústia e às dores no peito, cabeça, ombros, corpo, consciência, indico sessões frequentes de meditação guiada e incensos.
E à essa pessoa maravilhosa, colecionadoranata de papéis de trouxa e infortúnios e azares na sorte – e algumas sortes no azar –, que vem carregando tudo o que já não tem mais capacidade física, emocional e psicológica, dou de bom grado as maiores das dádivas:

perdão
amor
e
tempo



31/01/2017

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

a você, gracinha, que me atura todos os dias
em cada crise em cada surto em cada momento de desespero e perda de autocontrole
a você, boboba (bobona feat boba), que não me segura quando tropeço no nada e me estabaco
e ri comigo e me ajuda a fazer piadas das próprias desgraças, pois sim, o riso nunca pode parar
cujo riso nunca deve parar e dar lugar ao autodepreciamento e choros aos leites derramados – mesmo que haja momentos de hesitação e retrocesso
a você, palhacita 2000, que faz a mim e à outras pessoas terem frouxos de risos
pra distrair dos maus momentos
a você, cabeçorra, que é gente como a gente
e às vezes precisa de muito mais tempo pra repensar e superar as mancadas
a você, sutileza em forma de coice, que não tem muito tato na forma de falar
a você, divina comédia, que nunca mais beberays dessa água
e, em contrapartida, nela só se afogarays
a você, monstrinha peçonhenta, que por fora é a personificação do blasé
mas por dentro é pântano de sentimentos
a você, porra louca da buceta, que me levou a lugares onde jamais pensei que chegaria
tanto pro bem como pro mal, e a escadaria é longa e pode ser infinita
e só por isso eu já te amo um tantão
a você, ansiedade ambulante, que me deixou mudar de curso tantas vezes que perdi a conta
mas que me faz abrir os olhos todos os dias e levantar da cama, que me dá banho e me escova os dentes e me penteia os cabelos com os dedos e me alimenta e me cuida e me tenta entender em todos os ângulos e me perdoa quando ninguém mais consegue
que me faz respirar que me faz viver
e acreditar que hoje pode estar péssimo
mas que amanhã, ah, amanhã, sim, pode ser muito melhor,
hoje a gente toma porrada, meu amor, mas amanhã a gente sabe se defender
e por isso eu te amo na proporção da via láctea em expansão
a você, persona-antolho, que pode até não se acreditar da forma incrível e indescritível que é
mas que lá no fundofundofundo, eu sei. eu vejo. eu sinto. eu te vivo. eu te acredito.
é a melhor pessoa que eu poderia ser.
é a melhor pessoa que eu posso ser.
eu te sou eu te amo como jamais poderei amar outro alguém.




há 02 dias, eu&mozão-melhor-melhor-do-mundo >>>Ágata<<< completamos 06 meses de relação estável (ou algo muito próximo disso), e a verdade é que já são 25 aninhos e uns quebrados – objetiva e subjetivamente falando – de ultra-amor-e-ódio de compreensão de autoconhecimento de tentativas de mergulhões profundos em poças rasas de piadas ruins de solidão de risadas histéricas.
só queria dizer que amo essa pessoa mais do que tudo e a ela devo tudo.

muito obrigada por ser quem é e por tentar ser cada vez melhor.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

infarto não-figurado

impossível mesmo é te ver sem sentir mais pedaços de mim se estilhaçando
e o autocontrole que se desmancha no delay da percepção visual
não por raiva nem rancor ou mágoa, não.
foi o tempo de amor mais bonito e benquisto nesses 25 anos de tropeções e estabacos
foram os compassos mais passíveis de desesperos e arrebatamentos astronômicos,
nossa coleção minimalista de amor-inferno através da vitrina, eu vi
jamais te quereria esquecer se antes não continuasse a te amar tão visceralmente.







21/02/2018





"escolhi correr quando te vi
soube que o tempo passou
desde que eu me fui
não posso expressar em palavras
os sentimentos
ai só sobra uma explicação da intenção
sou o ar, e quando aperta eu corro
entendo, mas não me orgulho
só aceito
sei que isso fala mais de mim, do que de você
você é a estrela que eu vejo passar quando fecho os olhos
me causa uma explosão te encontrar
só me basta correr
para não morrer de emoção"
(GONÇALVES, Igor)

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

i just ride

você continua comigo,
nos ponteiros de todas as horas
nas portas janelas coração escancarados

nos abajures improvisados
nas memórias,
imagens insolúveis

te vejo
em todas as coisas
em todos os lugares,
mesmo naqueles nos quais jamais estivemos

nos vejo juntas
e te imagino passando por eles sem mim,
com diferentes sorrisos
com outras pessoas

me faltam palavras

fecho os olhos e nos visualizo em casa, conversando fumando transando
and it feels so right

como é possível amar tanto?
você poderia ser minha full time, quente ou fria.
me importaria,
preferiria que jamais esfriasse.

e eis que no sétimo mês foi criada a distância
demandada por essência da divina importância.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Término daquilo que nunca existiu

Não posso fazer isso.
Não posso. Não consigo. Não quero.
Tenho motivos pra não querer. Você me deu todos eles muito generosamente.
Gosto demais de você, mas não dá. Você me dá nada mais que punhados de palavras.
Sinceramente (muito sinceramente), se fosse pra eu viver uma relação na qual sempre estaria inevitavelmente sofrendo, com toda a certeza do universo eu estaria até hoje e para sempre com Lorena, O Amor da porra da minha vida.
Se até ela, O meu Amor, eu mandei colher mariscos pra poder sobreviver quando precisei... Você acha mesmo que eu vou ficar passando situação por alguém que só me dá palavras???
Cara, isso não faz o menor sentido. Se situa.
Ela, eu sabia que me amava e não era pouco. Ela me perturbava o psicológico, sim, pra caralho, a vida dela não era fácil e no fim me enlouquecia aquilo tudo, me matava, eu não aguentava mais tudo aquilo naquele momento. Eu precisava de espaço. E ela me amava demais, eu sei que sim, eu sentia eu via eu vivia aquele amor imenso.
Ela era muito, muita dor e muito amor. E eu sabia porque eu vivia aquilo, não só o amor. Eu sentia a dor que ela sentia em momentos de conexão do além. Por ela eu me arriscaria. Ela não me dava apenas dor. Me dava mais do que compreensão. Me dava muito mais do que amor.
Não consigo te explicar, mas não importa, você não entende todo o sentimento gigantesco que pode haver entre dois universos corpusculares.
E você não me merece.

Espero que se realize em tudo na vida.
Beijo.








Carta de 05/02/2018

domingo, 4 de fevereiro de 2018

cabe mais

cabe mais amor em nós.
cabe mais amor entre nós,

entrenós
        nós
        nó.












sem data

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

estado de viva satisfação; ledice;

talvez seja esse sol na casa oito ou essa lua em escorpião na casa seis talvez seja algum espécime de amor que minha visão vulva veias válvulas coronárias orelhas tímpanos coxas corpo consciência arrepios que eu por inteira sinto por você que me faz ter saudade até do colchão anterior. o primeiro eu te amo com o qual você me presenteou foi deitada por baixo de mim e sobre ele, aquele colchão velho e mofado.
um choque percorreu meu corpo inteiro da cabeça aos pés. lembrança extracorpórea.
que você tenha plena consciência da minha existência, meus átomos clamam ao universo. porque mesmo na intangência do toque ardoroso de paixão derreto de amor cantarolo contorciono e desidrato de tesão. e se meus sentimentos soam devotos é porque são.

minha memória é muito tenebrosa demasiado curta sim, não se interessa em reter várias informações cotidianamente importantes, já saberes inúteis e sofrências tretas livros emprestados e dinheiro devidos, ó, pra isso sempre foi ilimitada (vocês que me devem, eu lembro tá).

e eu me proíbo
me proíbo veementemente
de te amar exponencialmente
de ter arroubos de paixão de outras dimensões
de ter frouxos de saudades
de ter arreios de libido desenfreada
de te sonhar
de te querer
de te ler e te sentir pelos retinidos do cruzamento dos nossos rastros oculares

proíbo a mim
de botar fé em futuro furado
de planejar com o leviano
de desejar alguém sem sombra
de sufocar no armário pra agradar a terceiros
de fazer trato com o léu
de afagar a relegação
de engrossar a vista pro egoísmo
de deitar e refestelar sob o desprezo
de permitir aos meus ouvidos o prazer dúbio dos cantos de ossanha e convites de sereias
de embelezar as traças
de me moldar ao teu toque
de mudar meus rumos pra te abraçar

eu me proíbo da tua presença
e te suprimo da minha

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

ou você penetra na razão secreta das coisas ou é feliz, só pode escolher uma.
















06 de dezembro de 2017

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

dai-nos paciença florida de forças

tenho intensas admiração e ternura pelas gentes mundanas, do cotidiano áspero e bruto de todas as tardes. gentes como eu. pessoas comuns nada incomuns, que dão murros sucessivos em pontas-de-facas e tentam vencer ou se igualar ao vento ao tempo

desenterram forças sobre-humanas pra crer no amanhã no transbordamento do copo
pessoas de tostão-furado que não hesitam em dividir
olhar pro lado
enxergar os fatos

a fome
a miséria
o desespero
as dores do mundo

aos "grandes nomes da história", meu pesar. algumas figuras fizeram muito por querer o justo genuinamente. e quantas outras agiram por conveniência gana de alavancar a si mesmas
fazer jus a quem tudo cristalino já tinha
usurpar matar destruir,
me pergunto.

prefiro sofrer com quem e por quem sangra comigo na luta do asfalto quente
com essas gentes eu erro
e (me) apreendo
e aprendo

elas me ajudam a abrir os olhos
sem temer raios cegantes

e se por acaso ironia ou maldade me danificarem as córneas retinas nervos ópticos
que ao menos uma vez
uma
eu veja a verdade.