"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato...

Ou toca, ou não toca." (Clarice Lispector)
"Eu me recuso a ser sócio de qualquer clube que me aceite como sócio." (Grouxo Marx)
"Repara bem no que não digo." (Leminski)
"Meu epitáfio será: Nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa" (Rita Lee)

I am not but I am

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quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

não-sei-o-que

me deparei com um meme cujos dizeres eram "me dá um conselho baseado no que você aprendeu esse ano". pense seiscentos ciclos lunares antes de dizer coisas fatais. ou diga sem pensar tantos ciclos lunares, apenas diga. bota pra fora. deixa sair. rala. só não pode ser com dó nem com pesar nem com receio, só um flash.
o flash faz o momento, uma coisa única derramando verdades. se desmanchando no que é. essência.

todos os dias quando o ponteiro marca 16h20 eu alimento a pequena mágoa, que já não é tão pequena assim. que já não passa tão despercebida assim. que já não pode ser camuflada como alguma coisa sobre a qual se diz "tal-coisa-assim". ela possui um volume disforme, um peso e mesmo uma áurea. ela se debruça... tal-coisa-assim, tão aconchegante.
e vem uma previsão climática aparentemente apenas previsão, um chuvisco, quem sabe uma chuvinha leve, nada torrencial. e então a coisa toma proporção de um admirável-mundo-novo cujas não-sabe-se-definir-o-que e sensibilidade são maremotos de encantamento.
chuvas torrenciais de sol em escorpião com ascendente touro e lua em sagitário e vênus em sagitário e marte em câncer e saturno em aquário e.

me leva ô beibe me leva.

sábado, 26 de novembro de 2016

descrita

tentei apagar as fotos, mas algumas não consegui. então só tentei deixar pra lá (ainda tô tentando), vai que uma hora dá certo, né, a vida tem dessas coisas de doces e travessuras (às vezes boas, às vezes podres, como a maçã insossando na geladeira).
é a segunda noite seguida na qual não vejo a lua. saudade. saudades. saudade? saudades. as maçãs do rosto como que adormecem e latejam. veias quase estourando. a respiração desesperada. pânico?
queria ser forte como minha irmã. será que consigo?
outro dia a gente se vê. ou não. mas provavelmente sim. energias se atraem a todo momento. quem sabe a gente... se a gente... se. fica sempre nisso. de vez em tempos quase quando talvez acontecem ou surgem uns alvoroços, bem vezenquando um fulgor.
pluf, o tempo se esgotou

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

pretérito

se não te tenho na pele, por outro lado a tenho constantemente nos pensamentos emaranhados. me julgando. me apontando. me culpando. me cuspindo palavras de bigorna.
as cenas de l'amour à vingt ans me parecem pesadamente longínquas, quase que um borrão, como se o tempo estivesse eternamente embriagado, uma explosão de encontros e emoções chapadas feat embaladas por uma onda made the scene, week a week/ day a day, hour a hour/ the gate is straight, deep and wide// break on through the other side/ break on through the other side.
quem disse que a infinitude é uma fenda fisicamente temporal e temporalmente longa?

posso sentir o abismo que se criou em picos tétricos elevadíssimos e com ventanias capazes de nos carregar like a plastic bag drifting through the wind. e o resquício desse vendaval não passa de um beijo mirado na testa, jogado de longe, o beijo da apatia.









"oh, life is bigger
it's bigger than you
and you are not me"

terça-feira, 15 de novembro de 2016

roda da fortuna

aqui nesse quarto gélido e cerrado, sentada no tapete, sinto os dedos dos meus pés tão gelados quanto uma cerveja recém-saída da geladeira em pleno inverno. cultivo o que dá pé, e o que não dá pé vou regando pra ver se floresce aos pingos de milagre esperançado.
me assombra essa falsa empatia, esse altruísmo irreal, me corrói essa liberdade utópica, esse amor rancoroso, me afasta essa falta de espaço.
me afasta dessa falta de espaço.
a cabeça virada
o sorriso abrasivo
a mão no ombro
laços comedidos
vivência estagnada
o ápice do brilhantismo da esperança no auge do
eu-sozinha eu-por-mim eu-comigo.
eu consigo.
o eu que prevalece com sombra de dúvida no reflexo do tempo espatifado.
eu-tenho-a-mim. e mais ninguém.




"A solidão é um luxo"

domingo, 25 de setembro de 2016

sem título

procura-se:


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|r
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|a









saudade
não tem tradução



"It's just the start of the winter
and I'm all alone
and I've got my eye right on you
give me a coin and I'll tale you to the moon
give me a beer and I'll kiss you so foolishly,
like you do when you lie, when you're not in my thoughts,
like you do when you lie and I know it's not my imagination

Loving strangers, loving strangers,
loving strangers, oh..."

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

sem título

Tá certo. Cês que são xs normais e eu é que sou louca. Enquanto cês tão conforme as normas, eu vou atravessando as arestas, rebentando feito tromba-d'água-feat-labareda.
Eu tô sofrendo tanto. Nunca fui tão triste. Por que é que a vida existe?

terça-feira, 20 de setembro de 2016

o blues de Lorelai

o tempo chora por agora,
seria fruto da tristeza pela nossa desarmonia?

você que é feita de azul,
não me deixou morar nesse azul
nem encontrar minha paz,

você que é azul demais
você que é azul, demais.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

angústia-de-nove-de-fevereiro-de-dois-mil-e-quatorze

Não sei por quê há sempre uma angústia. Angústia de ser, de amar. Angústia por, de alguma forma, """pertencer""" a uma pessoa que não a si própria, por sentir-se de tal modo interligada a alguém de quem antes jamais se ouvira falar. E é angústia por uma dependência ínfima e mútua que se esvai em cinzas.

angústia-de-quinze-de-setembro-de-dois-mil-e-dezesseis

não sou capaz de impedir o (teu) terremoto. nunca fui.
sinto o chão rangendo e se abrindo sob meus pés desnudos. fendas embrasadas.
o olho do furacão se aproxima, e pré-sinto-o tão voraz quanto as (tuas) marés que me enlevam.
olá, vendaval.

domingo, 11 de setembro de 2016

alvoroço labial

As nossas conversas abafadas,
você se derretendo no meu tom
– nosso? teu fim.
Vou captando feito linha-cruzada a tua fragrância power pussy highly sexual
Nossas conversas, palavras bailando
Sarração entre-cílios
que se beijam
entre versos
nossos verbos se esfregando
el fuego desperado
– flor
flores na cabeça,
Amor.