"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato...

Ou toca, ou não toca." (Clarice Lispector)
"Eu me recuso a ser sócio de qualquer clube que me aceite como sócio." (Grouxo Marx)
"Repara bem no que não digo." (Leminski)
"Meu epitáfio será: Nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa" (Rita Lee)

I am not but I am

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Rio de Janeiro, RJ, Brazil

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Deflagração

O Amor é uma dor
ele vem chegando de mansinho, te assusta
Com o tempo ele aquece
e dá esperanças
por algo bom, por algo produtivo
e pelo o que de fato valha a pena se pôr à risca (...)

Então você se alegra,
o abraça de corpo e alma,
a ele se entrega, indubitavelmente
e até o perpetua em seu âmago

O Amor é uma dor,
de repente ele te despedaça.
Você desmorona
e nada mais te estimula

sequer ao ato de sexo,
o Amor te retalha sem piedade ou pudor.










-Desculpe pelo uso de "você".

terça-feira, 29 de setembro de 2009

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Presente do Pretérito II

Tanta coisa para lhe falar
quebrar o silêncio
Desse amor,
severamente contundido pelo tempo,
pela traição

Tempo, tempo, tempo...
Tanto tempo.
Retóricamente,
está minha alma sofrendo

Jamais esquecerei,
jamais.
Tu me dissestes certa vez (...)
Tu, por mim certa vez sentistes (...).
Amor esfuziante.

Te dou uma flor
Meu amor em pétalas.
Pétalas disformes e coloridas
algumas acinzentadas,
amolecidas, murchas
pelo tempo de abandono,
pela dor tortuante.

Lábios ressecados,
nervosismo.
O coração que se acelera.
Sentimento abrasador,
e irreprimível.

A vejo em meus sonhos
Sua meiguice, seus olhos,
seu sorriso, jeito,
Seus lábios juntos aos meus.
Você por inteiro.
Tu és quem verdadeiramente amo.
Amo-te mais que a mim mesma,
calorosamente,
"Como água viva queimando a pele"

"... Escrevo tosco e sem ordem
É que agora sinto necessidade de palavras..."

Todavia, mais que qualquer outra coisa
sinto necessidade do teu amor
(que) por mim (sentes).

Ó peripécias estas que nos bombardeiam
Ó vida cruel,
Amor sem véu.

domingo, 27 de setembro de 2009

Desbloqueados


Só de pensar em quanto tempo eu passei bloqueando esses pensamentos, e no quão difícil foi, já me sinto exausta. Exaurida até a alma.
Antes, há um bocado de tempo, consegui fazer com que uma cortina nebulosa não me concedesse ter a impecável visão de tudo o que eu queria... Os sentimentos antes encubados, dores difusas, discusão, decepção, perda, dor, dor e mais dor. Bloqueei tanto a imagem dela, a voz, tudo relacionado. Às vezes não conseguia... Por incontáveis vezes a ouvi dizer-me que me amava, sempre ao telefone, aquela última ligação (aquela que tanto me deu esperanças), então sentia profunda dor... Por conseguinte lembrava daquela quarta-feira, como agora, era sempre tomada de demasiada angústia. E o choro vem à tona, forte, às torrentes.
Bloqueei o máximo que pude, até certa quarta-feira. Senti coisas inexplicáveis... Seriam inexplicáveis se eu não soubesse o motivo de senti-las, mas eu sabia (e sei), agora que nada está bloqueado é muito mais doloroso, aqui dentro está conturbado, dentro de mim, não sei se dela também, me parece que não...
E agora que ela tudo sabe, claramente, sinto-me indefesa, desprotegida. Não sei o que fazer, como agir, se devo, ou se não devo...
Minha cabeça dói, meu coração dói, o ar está espesso.
Dor.

Presente do Pretérito I

Não é possível crer
é fantástico, é supremo.
E enlouquecedor.
Todos os dias a vejo passar
Todos os dias sinto o tremor nos joelhos, os lábios secos
sinto os olhos arderem, os órgãos revirarem

Todos os dias sinto receio
tristeza profunda e amarga
Tudo culpa minha.

Nada posso falar,
não consigo.
Medo.

Em abril,
tudo tinha cor
e vida,
Era confuso,
mas alegre.

Três semanas,
inesquecíveis.

Depois ficou tudo negro.
Entrei com tudo
num breu sem fundo

Nada tem cor,
é tudo preto,
sem vida.

Falta de ar, tontura
sinto falta,
sua falta.
Quero de volta sua formosura.
Um buraco imenso, cheio de absolutamente nada.
Vazio,
tudo o que me restou (...)

Sem ti não tem graça,
não tem cor, nem perfume
não existe meu eu.
Sem ti, perco o chão,
o sorriso e a razão.

Te amo tanto que dói,
te amo tanto que suporto, sim,
vê-la com outra pessoa (...)

Mata-me aos poucos, lentamente...
Arsênico, dê-me um gole.

Diga-me como,
eu faço.
Para você meus melhores abraços.