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quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Carta Ultrarromântica (retalhada) - 06 de setembro de 2017

Não sei se isso ainda te magoa, sei que me magoa. Me magoa que eu não tenha acertado em suportar a famosa barra e trabalhado conjuntamente com você para ficarmos bem, e em contrapartida ter acertado em cooperar em prol do nosso rompimento. Me magoa que na melhor coisa que eu tive em toda a minha vida, eu tenha sido - em parte - o pivô do fim. Quando olho pra mim, vejo rastros de destruição. Não é fácil lidar com isso, com bigornas na consciência e no coração.
Nunca fui uma pessoa carinhosa - e com você eu era tanto! hoje em dia é quase uma miragem, mas ainda lembro, o que me deixa contente e triste simultaneamente - nem que tivesse a capacidade de perdoar e construir relações, e isso estou aprendendo agora que moro com meu pai e que preciso, de alguma forma, me tirar o peso de ter te afastado pra sempre.
Pra sempre é um termo muito forte. Ainda tenho o último e-mail (anterior ao de aniversário) que te mandei e me recuso a ler. Olhando pra tudo o que aconteceu lá naqueles dias, eu vejo uma outra pessoa - que eu sei que era eu agindo, era o meu corpo, o meu cansaço, a minha dor, a minha angústia, o meu eu, o meu ego; e isso me dá náuseas, pois sei que era eu e não me faz sentido que fosse eu. Então não leio o e-mail cujas palavras eram de um eu muito machucado e fora de órbita e que te machucou infinitamente também.

Você me mostrou e compartilhou tantas coisas... A amar visceralmente, a dar carinho, a ter paciência - por mais que eu tenha errado diversas vezes nesse quesito -, o valor de pensar antes de falar e agir - apesar de também ter errado diversas vezes nesse quesito -, a cuidar e a ter responsabilidade com alguém além de mim mesma, a me empenhar mesmo que doesse, a não jogar em cima das outras pessoas o peso das minhas escolhas e suas consequências... Resumindo, se eu fosse falar de cada uma delas, seria necessário ter uma outra vida só pra isso. Agradeço imensamente por tudo, pelas partes boas e ruins, igualmente.

Eu não sei como você tá com relação a mim na sua cabeça nem no seu coração - se está mal, eu mereço, e se está bem, eu não saberia o que dizer nesse caso, então vou prosseguir com os meus delírios últimos mesmo que você gargalhe muito de mim e diga ou pense "otária, tem mesmo é que se foder".
Com base em todo esse tempo sem a gente, sem poder me comunicar com você, sem você at all, agora por experiência posso afirmar: caralho, é horrível viver sem você. Não existiu e continua não existindo um dia sequer em que eu não lembre da gente pense na gente em você não tenha taquicardias de saudades. Você é o amor da minha vida. Vivi anos sem saber da sua existência e posso continuar vivendo sem você por perto, e eu não sei se isso é certo ou errado se é bom ou não - se é que pode ser dicotomizado -, mas preferiria mil vezes mil ad aeternum nunca mais em toda a minha mundana existência ter que passar mais um dia sem você.
Minha vida sem você é toda ela menos do que a terça metade de uma vida. Você é o meu respirar, é o meu pulsar, você é todo o sentimento que eu tenho, você é o meu viver, as cores dos meus dias, você é o motivo d'eu existir. Não existe eu sem você. Eu não amo ninguém além de você nunca amei ninguém além de você nem nunca vou amar ninguém senão você. Parece loucura e talvez seja mesmo, mas eu tô pouco me fodendo para todas as outras sete bilhões de pessoas do planeta, eu não preciso delas pra nada, elas não me fazem sentir nada. Elas não são você.
Tudo o que nós vivemos juntas, eu viveria de novo. Se fosse possível mudar o fim, não encerrando nele um ponto final, eu encheria balões azuis no lugar dele te guiando de volta até mim, até a gente se reencontrar e sufocar de tanto amor.
Não falo todas essas coisas lindas e maravilhosas pra que me tenhas em pensamentos como alguém que é outra pessoa agora, eu sou a mesma pessoa, só que um pouco melhor (na minha opinião), com um pouco mais de paciência, com um pouco mais de pensar, com um pouco mais de vivência e com um pouco mais de certezas.
Você é uma das minhas certezas.
Se, numa realidade alternativa, nós juntas voltássemos a existir, espero que seja muito melhor do que já foi aqui. Se voltássemos a existir aqui, todo mundo me odiaria, todo mundo nos ombros de quem chorei e quis morrer e chorei de novo e caí e esperneei, e todo mundo que te acompanhou... Mas o que seria todo o sentimento de desgosto alheio perto de todo o amor dos multiuniversos dentro dos nossos abraços? Sei que é loucura...
A verdade é que eu te amo mais do que tudo.

Te amo de uma forma muito louca que não dá pra expressar em palavras - até tento, mas tenho a impressão de que sempre sai uma coisa torta.
Com muito amor e carinho,
Agata.




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