"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato...

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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Do que você tem desistido ultimamente?

Ultimamente, tenho aberto mão da minha vida, sabe, de sair, viver, descobrir, sorrir, sentir. Tenho vivido tão para dentro, mas tão para dentro, que, sinceramente, não lembro como é viver para fora. Apenas sinto saudade de coisas que não foram, coisas que sonhei, que aspirei com força, que moldei com Amor e carinho, sinto falta da ausência que não foi, que não será jamais.
Ultimamente, venho sentindo esse cheiro velho, esse cheiro costumeiro de lembrança engavetada, de cabelo que foi preso molhado, de dia seguinte que não chega. Sinto esse cheiro de lembrança esquecida e jogada fora, que está me abandonando aos pouquinhos, que está se desacomodando de mim. Sai cheiro, sai de mim, me deixa pra trás, me deixa pra frente, sai de mim cheiro inerente.

Antes eu pensava que não seria possível uma coisa dessas vazar, mas aconteceu, talvez fosse feito de poeira, tapar com a peneira não deu certo, os raios fugiram, a fumaça subiu, os sinais sumiram. Nós sumimos um para o outro, deixamos, de quando em vez, uns vestígios de passagem aqui e lá, nada mais que uns vestígios muito mal feitos e derramados. Éramos tolos.
Agora eu penso o mesmo de antes, não é possível uma coisa dessas vazar, se vazou, é porque não era uma dessas coisas. Só isso... Há sempre a Tequila no final de cada estação. Na falta de Tequila há sempre a Natasha, ótima substituta nestas horas sem fôlego de vida.

Ultimamente, continuo vivendo para dentro, um pra dentro mais externo e igualmente turbulento e agitado. Ultimamente, ah, ultimamente é olhar com as mãos e sentir o aroma com a boca, ultimamente são tato e manha, fadiga e medo.
Ultimamente é momento único, etéreo e banal. Agora deveria ser hora de alguma coisa.

No momento tenho jogado fora um bocado de chances desejadas, no momento estou sendo o outro pouco que sou, quê quis você? Você me quis que eu bem sei, você me quer que eu tô sabendo, e nem adianta fazer aquelas caras e bocas de desdém, nós sabemos que tu me quer.
 Engraçado mesmo é que você não vem buscar o que é teu. Ficar chupando dedo deve ser mais cômodo.
Já disse que admiro atitude? Levanta desse banco e diz na minha cara, tá mais do que na hora, ficar esperando não é atitude que se preze.


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